03 agosto 2006

No prelo


Quero acreditar que não está vedado a um sociólogo aventurar-se na poesia ou em algo parecido com isso.
Durante séculos o caminho da sociologia, mas também o caminho de qualquer outra ciência social, foi construído contra tudo o que os cientistas consideraram ser subjectivismo, emoção, devaneio, arroubo, pecados que deviam ser completamente eliminados do discurso científico, num claro decalque da física newtoniana.
No que me concerne, acredito que as ciências sociais devem regressar a esses pecados. E com urgência.
É o que tentei fazer.
E tentei fazê-lo justamente num dos mais belos temas da vida humana: o amor.
No caso vertente, o amor pelas mulheres. Ou, mais justamente dito: pela Mulher.

(Da introdução ao livro)

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu Caro Sociólogo/Poeta,

Segundo T.S.Eliot,a poesia pode ter um propósito social deliberado e consciente.A poesia é usada desde os primeiros tempos em rituais religiosos e,quando cantamos hinos,ainda estamos usando poesia para um propósito social particular.As formas primordiais de épicos e sagas podem ter transmitido o que se tinha por história,antes de sobreviverem apenas para entretenimento comunitário;e,antes do uso da linguagem escrita,uma forma regular de versos deve ter sido extremamente útil à memória.Em sociedades mais avançadas,tais como as da antiga Grécia,tambem são conspícuas as reconhecidas funções sociais da Poesia.Hinos ao amor...louvor...função social que despe o homem das tão inúmeras máscaras com as quais se revestem.
(A Função Social da Poesia)-(Por T.S.Eliot - (1943).)-"Ensaio retirado de seu livro "On Poetry and Poets",London 1971."

Carlos Serra disse...

Muito obrigado pelo contexto que forneceu.