Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
27 agosto 2006
O drama das crianças-trabalhadoras em África
Segundo as Nações Unidas, em 2004 mais de 49 milhões de crianças com 14 anos ou menos trabalharam na África subsariana. Veja a seguir uma passagem em língua inglesa:
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By the United Nations’ latest estimate, more than 49 million sub-Saharan children age 14 and younger worked in 2004, 1.3 million more than at the turn of the century just four years earlier. Their tasks are not merely the housework and garden-tending common to most developing societies.
They are prostitutes, miners, construction workers, pesticide sprayers, haulers, street vendors, full-time servants, and they are not necessarily even paid for their labor.
Some are as young as 5 and 6 years old.
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http://www.nytimes.com/2006/08/24/world/africa/24zambia.html?_r=1&oref=slogin
Foto do New York Times
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O número é impressionante, mas certamente subavaliado. Com efeito, é quase impossível calcular o número de crianças que trabalham a coberto de laços parentais e que, portanto, não possuem visibilidade. Possuo alguma experiência nesse campo de impotência, após ter dirigido uma pesquisa sobre tráfico de menores em Moçambique.
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3 comentários:
Penso que a sua hipótese não pode de forma alguma ser excluída.
Caro Professor,
aqui no Brasil o Programa "Bolsa-escola", no qual a família carente recebe ajuda financeira do governo para manter os filhos na escola - atuando como ação preventiva ao desvio precoce de crianças e jovens para o mercado de trabalho - tem dado ótimos resultado e já estamos colhendo os primeiros frutos nessa área. Não é uma ação paternalista, visto que cobra uma contrapartida (a criança precisa ter no mínimo 90% de frequência escolar sob pena da família perder o benefício),visa ao futuro (a educação como único meio de mobilização social) e é um eficiente (e justo) mecanismo de redistribuição de renda. Não conheço, naturalmente, as particularidades dos problemas financeiros de Moçambique, mas creio que o programa poderia ser adaptado à sua realidade.
Veja como funciona no endereço abaixo
http://federativo.bndes.gov.br/dicas/D075%20-%20Programa%20bolsa-escola.htm
Aproveito para cumprimentá-lo pelos ótimos posts deste e dos outros blogs teus.
Obrigado,Cássia, pela tua contribuição. O que acha a Fátima?
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