Faz já algum tempo que ganhou corpo no país a paixão pela sondagens e pela estatística eleitorais. A esse respeito, não fica nada mal recordar um pouco Wright Mills:
“Nos estudos sobre a vida política, é o “comportamento eleitoral” que constitui um sujeito favorito, sem dúvida por causa da facilidade das pesquisas estatísticas. A pobreza dos resultados não é igualada senão pela complicação dos métodos, e dos cuidados que lhes dedicamos. (…) é bem este o caso do “People’ s Choice”, estudo de grande renome sobre a eleição de 1950 no condado de Erié (Ohio). Esta obra ensina-nos que os ricos, os rurais e os protestantes votam pelos Republicanos; que os eleitores com coordenadas inversas votam pelos Democratas, e assim por diante. Mas nada nos diz da dinâmica política nos Estados-Unidos.” (Charles W. Mills).
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Mills, C. Wright, The sociological imagination. London/Oxford/New York: Oxford University Press, 1968, pp. 52-53.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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