Suspeita de antropofagia em Gorongosa

"Casal suspeito de consumir carne humana em Gorongosa
Maputo, Terça-Feira, 15 de Agosto de 2006:: Notícias

A POLÍCIA da República de Moçambique (PRM) no distrito de Gorongosa, em Sofala, deteve sexta-feira última um casal que supostamente comia carne humana. Trata-se de N. Mafunga e N. Facra de 50 e 34 anos de idade, respectivamente, ambos camponeses residentes no posto administrativo de Vunduzi, naquele distrito. Segundo Mateus Mazive, do Gabinete de Imprensa do Comando Provincial da PRM em Sofala, a corporação investigou e descobriu o caso do casal que violava sepulturas retirando corpos humanos. "O casal consumia carne humana. As nossas investigações constataram várias informações que atestam a esta prática por parte deste casal. Temos em nosso poder parte das ossadas humanas que nos indicam que poderão estar envolvidos nesta prática", disse. Mazive ajuntou ainda que o casal é acusado naquele povoado de ter feito desaparecer dez crianças. Supõe-se, por conseguinte, que tenham desaparecido nas suas mãos. N. Mafunga e N. Facra reconheceram perante as autoridades policiais que consumiam carne humana. Mas fizeram saber que praticavam tal acto por instruções de um curandeiro que dizia que se não o fizessem ficariam com problemas mentais que bem poderiam levá-los à demência. Por seu turno, José Cumbe, comandante distrital da PRM em Gorongosa, disse ao nosso Jornal que a sua corporação conseguiu neutralizá-los graças à denúncias de populares que, após descobrirem dez tumbas de crianças violadas, dirigiram-se à Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO). Segundo Cumbe, a AMETRAMO, por sua vez, fez as suas deligências acabando por fornecer provas materias às autoridades policiais, o que justificou a detenção imediata dos supostos criminosos. O nosso entrevistado disse também que a vila-sede de Gorongosa viveu no último fim-de-semana momentos de muita agitação pois a população exigia a apresentação pública do casal. O facto, ainda de acordo com a fonte, não veio a acontecer porque a PRM temia que a manifestação dos populares pertubasse a ordem e tranquilidade naquele ponto do país.

RODRIGUES LUIS"
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N.B.- Uma precaução para nós, investigadores: nada, na notícia, permite ainda concluir que estamos perante um acto de antropofagia cometido por Mafunga e Facra. Nem mesmo a confissão dos suspeitos é suficiente. Por exemplo, não podemos excluir a hipótese de haver curandeiros que se dedicam ao comércio de órgãos humanos e que podem tirar partido da credulidade popular levando outrem a confessar que é antropofágico (a). Por agora acreditem apenas numa coisa: na vossa dúvida.