15 fevereiro 2007

Formalização do grande pensamento do complô conspiratório


Atletas da grande conspiração, do complô, da mão estrangeira, caçadores de bruxas singulares têm uma uma forma de pensar sensatamente circular, mas de uma eficiência cognitiva vital. Tomam essa bela forma circular de pensar por uma forma linear, sem mácula.
Vejamos como podemos formalizar essa regra de pensar velha de milénios:

1. Há provas claras de uma campanha internacional anti-Chinesa
2. [Isto sugere a conjectura de que em Moçambique há também provas]
3. Cidadãos denunciam exploração chinesa da madeira em Moçambique
4. Estes cidadãos fazem parte da campanha internacional anti-Chinesa

A premissa 1 é conjectural, logo a quarta também. A confiança dada ao enunciado 3 é fundada sobre as premissas 1 e 2. Aceitando como real a conjectura implícita 2, ignoramos o carácter conjectural da conclusão 4, que tomamos por tão sólida quanto a preposição 1.
Com algum piripiri, damos ao quadro conspiratório o selo histérico de uma caça às bruxas no modelo mackartista.
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Encontrais estudos dessa forma de pensar em Georg Simmel, Charles Peirce, Karl Popper e Raymond Boudon.
A caricatura do lado esquerdo, do agente 007 de Ian Fleming, foi tirada daqui.

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