O país está numa "suposta viragem", o problema é que a pobreza está em todo o lado. Há quem diga que temos feito esforços assinaláveis para a vencer. Mas assim não pensa António Eduardo. Quando é que que se considera que a pobreza é absoluta? Resposta de Eduardo: "Considera-se absoluta a pobreza que não tenha nada nas mãos senão a miséria. O cidadão é pobre. Este é miserável. O miserável, por sua vez tem muita fome na barriga, uma fome de dias e nenhuma esperança para desalojá-la. Tem a pele e o corpo cheios de frio, um frio implacável de modo que ele respira um ar quase gelado, de morto, que ele quase que é. A sua habitação é um abrigo primitivo com ligeiras melhorias. O que ele chama de cobertura mete dó, tanto dó quanto mete o que ele chamaria de panela ou prato. Água não tem. Lume, quase que não tem. Não tem enxada."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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