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Houve uma época, remota já, na qual se discutiu muito sobre a origem da bela marrabenta. É o ritmo estrangeiro? Ou moçambicano?
Creio que hoje ainda se discute isso.
Estamos, aí como em outras coisas, confrontados com a angustiante questão das origens, da matriz placentária das coisas, da busca desenfreada da substância única, da identidade unívoca.
E se a nossa bela marrabenta fosse, o que certamente é, a diagonal de uma mestiçagem? Um produto das minas sul-africanas e das terras pastorais de Gaza?
Sabeis, já os pitagóricos adoravam o Uno indivisível, a igualdade perfeita consigo própria, a mónada irredutível. Que risco é a indeterminação, a alteridade!
Escutai, ó gentes do Uno: marrabentanizemo-nos, deixemos os pitagorismos locais, dancemos, meneemos as ancas livremente, cantemos com Dilon Ndjindji (foto acima), eventualmente o pai da marrabenta, hoje com 80 anos. Ou foi, antes, Pfani Mpfumo? Ou foram vários? Olhem: aberta a picada, alguém se lembra de quem a abriu?
E, com Abílio Mandlaze, lamentavelmente falecido, digamos, em passe de marrabenta: Juro palavra d’honra, sinceramente vou morrer assim!
2 comentários:
concordo plenamente
Obrigado, Langa, irei corrigir!
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