Quarto número da série. Continuo com as habituais hipóteses. Citei-vos Marx no último número, mostrando que se temos a liberdade da fazer a nossa história, não temos porém a liberdade de a fazer arbitrariamente, fora das condições herdadas. Ora, tentemos fazer uso do pensamento de Marx tomando como referência o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi. Citado pela "Lusa", Nyusi terá afirmado o seguinte, num comício realizado na Manhiça, província de Maputo: "A nossa marcha deve continuar, irmãos, porque vocês sabem que o Presidente (Armando) Guebuza vai deixar a Presidência. Como sabem, quando um carro para, há que reiniciar e meter novas mudanças. É por isso que eu digo que vou continuar e vou ter que meter mais mudanças, para andarmos mais depressa. Eu serei o seu novo condutor e posso meter as mudanças como eu quero e assim garantir maior aceleração". Aqui. Sem dúvida que Nyusi poderá ser o novo condutor do carro do passado, sem dúvida que poderá fazer a sua própria história, poderá até andar mais depressa. Nesse sentido a metáfora que usou é uma notável declaração pública de independência. Porém, se as mudanças poderão ser da sua autoria, o carro não é nem será. Aguardem o próximo número.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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