Sexto e último número da série. Termino a série com mais algumas hipóteses. Mesmo se dependente da estrutura política do seu partido, o candidato Nyusi da Frelimo tem uma vantagem sobre os seus adversários: a experiência de gestão do Estado quer da sua parte, quer da parte do seu partido e dos presidentes anteriores. O Estado é sempre decisivo enquanto placa giratória de distribuição de cargos e de prebendas. Ao contrário, Dhlakama da Renamo e Simango do MDM não têm experiência de gestão estatal, tendo sido por isso mais vincadamente produtores de promessas (no caso do Dhlakama, os seus discursos foram excepcionalmente assentes não sobre o seu partido, mas sobre ele, do género "com o Dhlakama vocês vão viver melhor..."). Produtores de promessas também porque ambos são determinados por relações e por expectativas concretas nos seus partidos. No caso de Dhlakama, é sobretudo a pressão da nomenklatura militar do seu partido; no caso de Simango, é um conjunto de novos grupos sociais - parte dos quais se emancipou da Renamo -, ansiosos por cargos e prebendas.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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