16 fevereiro 2011

Convulsões políticas: África subsariana escapará?

Muitas das elites reinantes nos países africanos encontram-se desconectadas dos seus súbditos. A liderança é muito semelhante à do pai ou da mãe ausente que se transformou obtida a independência nacional. Tunisinos e egípcios disseram: "Não! Onde você esteve este tempo todo?" - com o título em epígrafe, um trabalho no The African Executive da autoria do economista queniano James Shikwati, aqui. Para traduzir, aqui.

5 comentários:

Xiluva disse...

Desconectados???? Mas por onde anda o bom do James? Mobutus, Ben Alis, Mubaraks e outros tantos mostram com suas fortunas como estavam completamente conectados ao Estado!!!!!

Abdul Karim disse...

Podera escapar se a Africa Subhariana antecipar-se as Mudancas Irreversiveis,

Nao esperar que haja convulsoes sociais para gerar mudancas, e os lideres da Africa Subsahariana, aperceberem-se da insustentabelidade da situacao,

Numa situacao de pretender antecipar tambem, vai ter que ser rapido e cirurgico, e ai a competencia e a credibelidade sao factores criticos de sucesso, para uma mudanca rapida cirurgica e minimamente harmoniosa,

As determinantes da matriz dum mundo global e diferente do actual ja estao a fazer-se sentir.

Particularmente em Mocambique, a "abertura politica", a Inclusao, a competencia e opurtunidades por merito, podem ser uma "lufadinha de ar", e "arranque" para assim ganhar-se algum tempo para criar as bases duma mudanca mais profunda e harmoniosa,

So que nao sei se os nossos estao dispostos ou tem visao suficiente para tal,

Doutro modo, nao vai ser hoje, nem amanha, talvez nem daqui a um mes, mas vai ter que mudar, pois a situacao 'e insustentavel e a Mudanca Irreversivel.

O resto, enquanto vivermos, presenciaremos.

V. Dias disse...

Por onde andas, Karim?

Viste o discurso do ministro indiano dos MEC a ler, por engano, o discurso de Luís Amado?

Zicomo

Anónimo disse...

ricardo deixou um novo comentário na sua mensagem "Convulsões políticas: África subsariana escapará?":

Tem havido regularmente convulsoes sociais na Africa Subsaariana, so que os resultados sao inocuos, quase sempre terminando em caos...

Por isso, havera muitas mais, e a situacao pouco se alterara. E porque?

Por uma questao de base. As sociedades da Africa Branca sao muito mais esclarecidas e unidas em ideais comuns do que as da Africa Negra. O factor redes sociais teve o seu peso, mas nao subsistiria se nao houvesse uma linha ideologica clara que identificasse o problema a atacar. No caso concreto, os regimes autocraticos. Por comparacao, na Africa Negra, muitas vezes as reivindicacoes circunscrevem-se somente ao pao, ao transporte publico e a subsidios salariais. Lembro-me inclusivamente dos tempos de estudante na UEM, ali, naquele local, onde se tem moldado o QUADRO POLITICO contemporaneo do Aparelho de Estado de Mocambique. Cedo me decepcionei com a qualidade do protesto estudantil. Tao logo se resolviam as questoes materiais dos estudantes bolseiros, e todos os os outros assuntos se esfumavam no ar. Quem se atrevesse a prossegui-los era ostracizado politicamente ou ate expulso da academia usando dos mais asquerosos processos de intencao. E pelo que me parece, a situacao nao se alterou nem la, nem sequer no Aparelho de Estado que a adoptou como regra de jogo, a praxis da MAO ESTENDIDA AO DOADOR e da REVERENCIA AO CHEFE. Ora como se viu, isso jamais sucedeu no Egipto. E ao que parece, nem no Bahrain e Yemen. Porque nestes paises, a Academia sempre foi um espaco multi-cultural e multi-partidario, fosse ele nos bancos de faculdade ou nas esplanadas das mesquitas.

Mocambique, alias, e disso um belo exemplo de como as convulsoes serao ciclicas sem contudo produzirem alteracoes de monta. Um pais surrealista, oficialmente pluralista e democratico, oficiosamente monopartidario, ante o olhar cumplice da comunidade internacional que o financia e o legitima politicamente. Tal como o fazia com Mubarak...

Abdul Karim disse...

Na India, Meu Irmao.

Vi no Refectindo,

O homem estava distraido, tambem ONU tem problemas por causa disso, esta la gente que nao esta atenta.

Li tambem o Aires Aly, no Manuel de Araujo e francamente pareceu-me muito humilde, e preocupado, gostei da abordagem amavel dele, nao sei se 'e real ou apenas ocasional derivada da crise e das possiveis convulcoes,

E aqui concordo tambem com Ricardo,

A academia permite evolucao e com tal a democracia, no caso de Mocambique, com a academia "sob controle", nao teremos evolucao, e teremos "convulcoes ciclicas" com risco de perder o controle, por nao existir uma academia que oriente e que mostre o caminho pra evolucao.

Agora 'e de se convir, que no caso de se perder o controle, definitivamente os governantes estao bem "pendurados", serao os primeiros a "pendurarem-se" sem duvida, e esperemos que tal nao aconteca, mas ja vimos que em 2 dias e meio duma convulcao o governo "viu-se a nora".

Mas que existem muitas probabelidades para as convulcoes acontecerem, se actual status quo se mantiver, isso sem duvida e ate ja temos antecedentes.