10 maio 2010

Pesquisar

É fundamental pesquisarmos os temas da literatura popular, das narrativas orais, da poesia, da dança, da música, do teatro, da pintura, da escultura, do grafito, do cartun, etc., todo um variado mundo crioulizado, mestiçado, um vaivém entre o dentro e o fora, entre a crítica e a passividade.

6 comentários:

Lulu Martins disse...

Acrescentar o ser prioritario criar uma base de dados acessivel e a que se possa acrescentar o conhecimento evitando a busca repetida de mesmos dados.

existem publicaçoes de narrativas orais, estudos diversificados,
a citar exemplo a coisa de 3 anos uma pesquisa levada a cabo pelo Julio Silva sobre musicas tradicionais de norte a sul do pais.

creo que falta um organismo (asociativo ou do Ministerio de cultura) para coordenaçao geral do material produzido e principalmente de formas de acessibilidade.

V. Dias disse...

Pois é, professor!

As viagens dos "nossos homens" da cultura ao Brasil, a Portugal, a Cabo-Verde, e outros cantos do mundo, ao invés de ser para fazer turismo, devia ser o oposto, trazer exemplos de sucessos de como esses países conseguem promover este tipo de actividades culturais: a dança, o teatro, os cânticos, as narrativas, etc.

Lázaro Vinho. Será que o país conhece? O Mussa Rodrigues, da Zambézia? O que é feito deles. Tantos cantores, tanta música, tanta arte, tanta poesia, olha o H. Baptista, alguém se preocupa em organizar e publicar o seu espólio? NADA.

Nem sequer temos museus para estes fins. Olha que em Portugal há cidades que sobrevivem graças a exposições turísticas? Nossos museus estão "envadidos" pela causa de luta armada. E querem que as crianças, os turistas vão lá apreciar!!! Esta já não é a função de um museu.

Se a cultura não for prioridade do nosso Governo, miséria alguma será vencida. Que o diga José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, que neste Governo decidiu aumentar o bolo orçamental destinado ao Ministério da Cultura. Aprendeu com os erros do passado.

Mas aviso: a cultura não é só promover a luta armada, as conquistas dos Gungunhanas, etc., é tudo que envolve uma sociedade, uma nação, é o cunjunto de crenças, valores, princípios que imortalizam um determinado povo....

Zicomo

Abdul Karim disse...

Viriato, voce 'e imbativel em Historia e Cultura, entao para te deixar avontade em termos de preservacao da Cultura Mocambicana em alguns aspectos..., estamos a tentar o nosso maximo, naquilo que 'e possivel,

Havia uma lingua muito particular, ja nao me lembro qual 'e, onde o Aly Faqui era o unico a cantar nessa lingua,acho quase em extincao.

Nos temos os direitos dessa musica, para o nosso site, mas ai tambem o site lamentavelmente ainda nao tem condicoes de evoluir... pobreza tecnologica e alternativas limitadas,

Depois o Aly Faqui tambem 'e um pouco discriminado, por ser albino, algo que revela uma profunda ignorancia nossa.

A Associacao de musicos Mocambicanos devia ser mais activa e interventiva , talvez ate acabar com os conflitos dentro dela, pois foram notorias as criticas quando patrocinamos o CD Amanhacer, por terem sido excluidos alguns musicos mocambicanos que segundo a critica deveriam constar no CD.

Essas coisas pequenas, de nao considerar aspectos historicos e culturais, nao nos ajuda a crescer.

Chacate Joaquim disse...

V. Dias e todos que me antecederam a questão de organização é primordial de modo a podermos medir o nível do nosso crescimento. Veja que Djuma-Ló falou de qualquer coisa igual a busca de raizes culturais desde estrumentos, rítimos até a dança... quem faz o quê sobre esta vontande de ver ascoisas a andarem?

V. Dias disse...

Pois é Karim. O caso de Ali Faque é bem elucidativo. É apenas um, de vários casos. Na zona onde ele (Ali) nasceu (Angoche) nem sequer há um museu, teatro, está tudo destruido. Fica um recado ao zeloso Dr. Francisco Mucanheia (deputado da Frelimo), angocheano convicto e amante das artes, para olhar pelo património em Nampula.

O que mais me preocupa é que estamos a deixar morrer compulsivamente o passado. Quem mal preserva o seu passado, não pode estimar o futuro, dizia Saraiva. Que futuro nos resta sem passado? Estamos condenados ao miticismo?

Karim e Chacate, se vocês percorrerem Moçambique de lés-a-lés vão perceber que o país todo é um tesouro, é um património. Só falta inaugurá-lo.

Grande parte desse património está a cair de podre. O património que era suposto ser a vacina contra às hecatombes, contra à miséria, contra à corrupção, enfim, está a ser destruido, sobretudo pela acção do homem.

Eu que pensei que com a separação dos ministérios da cultura e da educação as coisas fossem melhorar. Mentira. Afinal é mesmo a lixeira que está podre e não os homens. Já dizia o meu amigo Abel Mazuzu, a cultura não pode ter apenas um dia especial, deve ter todos os dias do ano. Enfim. Estamos "lixados".

Zicomo

PS: O que é que tem Évora, em termos práticos, para além da universidade e património arquitectónico? Madeira? Algarve? Para não citar Bruxelas, cidade da Praia, Badajos, enfim, só o nosso país ignora factos como estes que são uma realidade, já que a agricultura há muito decretou FALËNCIA a favor da RAS.

Elisio Leonardo disse...

Bem, numa das ideias malucas que costumo ter, pensamos em fazer uma enciclopedia virtual exclusivamente MOZ, eu o Beto e mais alguns amigos aqui... Uma das coisas que eu pretendia era digitalizar a cultura mocambicana, os seus fazedores e os seus feitos...

Veja o exemplo aqui
coloquei algo demonstrativo na Internet, e sai a procura de algum apoio $$(Alguem tem que pagar pelas horas que eu fico em frente da tela a mexer naquilo, já que o resultado será free)... A única empresa que se mostrou interessada em dar algum apoio é a GRINGO... Algumas outras nem se pronunciaram, outras eu nao me pronunciei...

Me disseram que a Universidade tambem pode ajudar em ago, mas ainda estou a espera de um sinal de partida...

A ideia é usar a mesma politica da Wikipedia: Acesso livre para compartilhar conhecimento, mas com alguns moderadores para avaliarem o conteudo... se os conhecedores tambem colaborarem, poderemos ter a maior enciclopedia de mocambique em menos de 1 ano.... Uma vez que só eu, com algum conhecimento escondido na mente e alguns copy/paste publiquei mais de 80 paginas em duas semanas!