É completamente masculino o mundo que, até agora, entre nós, tem publicado livros sobre a luta armada de libertação nacional. Mas não só: mundo também muito político, quase só político. O livro aqui em causa é diferente: marido e mulher falam de si, trazem vida e ternura e intimidade para nós, no interior da luta, do processo. Da apresentação da obra a ser lançada amanhã, Hotel VIP, 17 horas, cidade de Maputo: "A obra “Vida do casal Pachinuapa” descreve o percurso individual e colectivo do casal Pachinuapa. Trata-se de uma descrição simples e profunda, acrescida de uma espantosa precisão narrativa espacial e temporal da vida íntima do casal. Na obra “Vida do casal Pachinuapa” é possível encontrar a descrição de momentos privados vividos e partilhados pelo casal Pachinuapa, começando pela educação e ensinamentos recebidos pelos pais, a adolescência, o namoro e o casamento. A obra contém parte das palavras que Raimundo Pachinuapa proferiu quando se declarou à sua namorada Marina, a prenda de casamento que os seus camaradas de armas decidiram oferecer ao novo casal entre outras revelações. Apesar da obra pretender revelar o lado íntimo, familiar e pessoal dos autores, a mesma acaba por ser mais um rico contributo daquilo que foi o processo da Luta de Libertação Nacional uma vez que os autores da obra apresentam revelações vividas e na primeira pessoa. Como irão notar, para os que forem a ler a obra, a juventude dos autores está directamente ligada ao processo de formação da Frente de Libertação de Moçambique, sendo deste modo difícil falar da vida íntima e familiar do casal Pachinuapa sem se referir à história de Moçambique, particularmente no que toca à Luta de Libertação Nacional."
(fim)
5 comentários:
Pachinuapa e conhecido pelo seu equilibrio e sentido de justica. Uma virtude! Lembro-me que quando vi a serie "A Guerra" do jornalista Joaquim Furtado, da RPT, uma das pessoas que prestou depoimento (e que na altura era considerado reaccionario) disse que escapou ao fuzilamento da Frelimo gracas a alerta dada pelo Raimundo Pachinuapa. E mais, deu-lhe proteccao ate conseguir fugir de uma morte certa.
Homens justos merecem louvores. Bem haja este casal de combatentes e de justiceiros.
Torres
Como gostaria de ler este romance...
Ja agora (se ele nao for avesso a internet), bem gostaria que o "camarada" Marcelino do Santos publicasse finalmente as suas memorias.
Posso imaginar o que isso seria.
Para mim, já as "amnésias" seriam muito mais importantes.
As "amnésias"!
vou comprar o livro!
gostaria de saber mais como eram os casamentos na altura.
camarada mulher camarda marido
e camaradas mais camaradas
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