05 dezembro 2009

Dialéctica em Obama


O presidente norte-americano Barack Obama decidiu enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão. Lutador pela melhoria das condições de saúde do seu povo, Obama não se coibiu, porém, de oferecer mais morte aos afegãos e aos seus próprios soldados. Naturalmente que estamos perante percursos geo-estratégicos e interesses do grande Capital, mas não posso abaster-me de lamentar isso e de aqui mostrar a dialéctica em Obama. O cartun foi reproduzido daqui.

11 comentários:

Abdul Karim disse...

Vamos ver... por isso mesmo considero que os EUA apresentam atravez da administracao Obama uma lideranca aparentemente comprometida com a mudanca que 'e exigida no mundo.

Defendendo no caso do Afnanistao,a retirada Americana em 2011, reforcam agora, criam bases de sustentabilidade de instituicoes Afegans e em 2011 retiram-se... Vamos ver se funciona... se funcionar, bom pra todos...

O problema tambem parece ser de o EUA considerarem que com uma retirada apresada, poder contribuir para o resurgimento do terrorismo...apartir do Afganistao.

Reflectindo disse...

Ser chefe de Estado não é tarefa fácil. Eu compreendo o dilema que Obama enfrenta e acho que como chefe do Estado, está operando uma mudanca que não crie ódio entre os americanos. O que implicaria se ao invés de mandar soldados para Afeganestão, retirasse todos os que estão imediatamente após a sua eleicão?

Na minha opinião, não houve nenhuma colaboracão por parte dos talibãs em Afeganestão para acabar a guerra após a eleicão de Obama. Antes pelo contrário, os ataques aumentaram e Afeganistão não precisa de guerra nem regimes do tipo dos talibãs. Tenho muitos afegãos (colegas, amigos, alunos) a minha volta com quem tanto converso e estimo. É muito interessante ver uma mulher/moça afegã livre em comparação com aquela com medo dos talibãs. O mesmo é com os homens afegãos.

Pessoalmente, penso que Ussama Bin Ladin e o seu grupo é o maior problema de Afeganistão. Não percebo como o grupo instabiliza países como Afeganestão, Paquenestão, Quénia, Tanzania, Somália, mas não no país do Bin Ladin, isto é Arábia Saudita.

Em suma, os afegãos não precisam dos soldados americanos, mas também eles não precisam dos talibãs. Como os afegãos poderão se libertar dos talibãs?

Abdul Karim disse...

Refletindo,

O problema nao 'e o taliban.

Quando falamos de terrorismo, nao falamos so dos talibans... alias esse erro de percepcao ja os EUA reconhecem, ao considerar que existem talibans bons...

A causa do terrorismo no mundo, nao 'e o Islao, e o taliban 'e "estudante" do Islao...provavelmente por isso mais "propenso" a retaliar a aquilo que considera de injustica aos que considera serem seus irmaos Muculmanos legitimos.

Foi um erro da administracao bush, considerar o Islao terrorista... e ter feito esta campanha nos Media... erro esse que Obama pretende inverter desde que 'e Presidente dos EUA.

Portanto nao vejo muito problema relativamente ao taliban em si, mas sim, o facto de poder resurgir o terrorismo apartir do afganistao.

A questao terrorismo foi mal gerida pela administracao bush, a administracao bush tendo informacao sobre a causa-origem do terrorismo, preferiu usar o poderio militar para lancar uma guerra contra o Islao.

Alias o 9/11 acontece com bush no poder... os EUA apresentaram uma grande estabilidade com o Clinton, e nao existiam terroristas como hoje... embora a causa-origem sempre la estivesse.

AGRY disse...

Se me é permitido, sugiro esta postagem http://agrywhite.blogspot.com/2009/12/no-essencial-obama-e-irrelevante.html.

Reflectindo disse...

Abdul

Sejamos coerentes. Não foi Bush que atacou Quénia e Tânzania. O 11/9 não foi contra Bush mas um simples terrorismo contra inocentes. Sejam eles americanos ou africanos têm o direito de ser inocentes.

A guerra no Afeganestão foi pelo facto de o Ussama Bin Ladim ter tido a sua base principal lá e não na sua terra nata, Arábia Saudita. Não é lá onde ele se esconde?

Para mim, o terrorismo não tem outra explicacão senão ser mesmo terrorismo. Isto por um lado.

Por outro lado, eu tentei explicar aqui o dever de Barack Obama como chefe de Estado Americano e não apenas líder de um grupo de americanos ou de uma ideologia ou interesse. Ser chefe de Estado não é assim tão fácil como muitos pensam. Obama está fazendo pressão tanto aos talibãs como ao governo afegão. Pessoalmente, entendo que Obama está criando um tempo para que eles lá cheguem ao diálogo.

Há uma pergunta que podemos fazer. O podia acontecer agora com uma retirada incondicional dos americanos ou da NATO?

Conheco países que não fazem parte da NATO, e são contra aquela guerra, mas enviam soldados para Afeganistão.

Caro Abdul, não concordo que Bush tenha lancado uma guerra contra o Islão. Essa é apenas uma forma (propaganda) de mobilizar os muculmanos contra o que queiram chamar americanos ou Ocidente. É aquele escândalo que se deu em Maputo de tantos manifestarem com imagens do terrorista Bin Ladin contra os EUA, mas as mesmas pessoas nunca manifestam contra o terror que ocorre em Mocambique. Entre os meus familiares não deixo que alguém seja mobilizado a favor do terrorista Ussama Bin Ladin quem devia ser julgado em África pelos ataques ocorridos em Tanzania e Quénia. Lembremo-nos de quem era Presidente dos EUA em 1998.

Não sei se é um termo original o talibão como estudante do islão, mas no meu vocabulário (pessoal) significa outra coisa.

Afeganestão não precisa de Ussama Bin Ladin nem de guerra.

Abdul Karim disse...

Reflectindo,

O que disse nao diniui em nada o que o reflectindo diz.

Apenas apresento a possivel prespectiva Islamica, nao se pode acusar o Islao por alguem retaliar por aquilo que considera injustica aos seus irmaos legitimos...

Os terroristas nao veem a accao terrorista, eles veem como um acto de retalicao pelo facto do mundo estar a ignorar o sofrimento dos Palestinos no conflito Israelo-Palestino...a causa-origem...a maior fabrica de odio do mundo.

Em nenhum momento defendo o terrorismo ou ossama bin laden... muito pelo contrario... defendo que o Islao condena toda e qualquer accao perpectuada contra inocentes... mas, nao considerar que o sentimento Humano do Muculmano, tambem impulsiona a revolta... e dai o terrorismo... acredito.

O que digo 'e que a causa-origem la permanece... porque o ossama bin laden decidiu atacar americanos ? o que revindica ? com que base ? motivo ?

O metodo como reivindica esta errado concerteza, mas tambem o sofrimento dos Palestinos nao devia de existir. resolvendo o conflito Israelo-Palestino, provavelmente reduzimos a zero o problema terrorismo.

Entao apenas leio as possibelidades em funcao 'a dinamica do memento para chegar-se 'a conclusao que sera muito dificil a luta contra o terrorismo , sem considerar a causa- origem.

Tambem faco votos para que nao haja terrorismo, para que o mundo esteja em paz.

Que mais posso fazer ?

ricardo disse...

As ladainhas do costume, a vitrola e o disco riscado.

Se a Palestina ficasse independente tudo ficaria resolvido no médio oriente? Quem pode acreditar nisso?

Então os 4000 mil anos de história desde a Babilónia não contam?

Estamos sim perante um conflito civilizacional entre duas visões do mundo, a judaico-cristã e a islâmica. Essa é que é a verdade.

Na Suiça, muito recentemente, foi proibida a construção de novos minaretes (independentemente da justificação usada). Em França, havia sido proibido o uso do véu nas escolas públicas. Sem grandes motivos, a não ser o terrorismo.

Na Arábia Saudita, desde sempre, é proibido construir igrejas cristãs. No Iraque e no Egipto, assassinam-se periodicamente cristãos. Sem outros motivos, a não ser as citações do Corão.

No Irão, 25 mil judeus estão entre o fogo cruzado do islão e o cristianismo. ver aqui: http://shalom-israel-shalom.blogspot.com/2007/10/evanglicos-trazem-judeus-iranianos-para.html

Onde é que vamos parar?

Motivos para que realmente os homens pensem mais na humanidade do que na religião. Ná há diálogo ecuménico possível quando um dos lados é (sempre) a vítima e o outro o culpado. Quando se é (insistente) acusador, mas não se admite nenhuma culpabilidade.

Então que não se justifique o terrorismo, venha ele donde vier.

Condenem-no seja contra islâmicos, cristão ou judeus. Condenem-no sem reservas e publicamente!

E nós que andamos longe das sacristias e dos minaretes temos que andar bem vigilantes com estas conversas para não nos deixar afogar nelas.

Abdul Karim disse...

Ricardo,

nao percebo "condenem no sem reservas"...

existe alguem aqui que nao condena o terrorismo...?

ou sera que so se pode classificar como terrorismo com pre condicao de que so Muculmano pode ser terrorista ?

o Ricardo quetiona 25.000 judeus no Irao, mas nao questiona os numeros Palistinos nem Judeus no conflito directo.

essas duvidas e questoes nao bem resolvidas, aumentam a probabilidade e intencidade de actos terroristas... e isso 'e o que quero dizer... tudo bem se nao quiser considerar a opiniao dum Muculmano... e desejar continuar aos tiros e bombardeamentos... nao vejo em que medida isso melhora o Mundo.

e continuo...o Islao condena qualquer accao prepectuada contra inocentes... e ja o aconcelhei a ler o Al Qur'an antes de tomar posicoes sobre o Islao... tenho a certeza que compreendera a diferenca entre o Islao e os Muculmanos... mas claro, as vezes o preconceito nos protege do conhecimento... nao deixa o conhecimento chegar perto,... nao 'e mesmo ?

ricardo disse...

Então, sr. Karim

O que você acha em uma palavra, como muçulmano, disto:

1. A matança imparável de xiitas por sunitas (Iraque e Paquistão)?

2. A matança imparável curdos (muçulmanos) por turcos (muçulmanos)?

3. A matança de palestinos (muçulmanos) por jordanos (muçulmanos) em 1973?

Não vou incluir nem judeus nem cristãos para não baralhar o V. raciocínio.

Teste a minha memória. Alguma vez vimos alguma passeata da V. comunidade na nossa bela cidade contra isso? Quando?

Mas quando foi da invasão do Iraque e do Afeganistão, quantas vezes V. vimos na rua a gritar em frente à embaixada dos EUA?

Porquê dois pesos duas medidas, se é de seres humanos que estamos a tratar?

E quanto a ler o Corão, vou dizê-lo de maneira educada para que me entenda em definitivo. Eu não leio árabe. Mas não sou ignorante.

E se há coisa que eu jamais aceitaria como investigador das questões da humanidade seria ler uma coisa numa numa língua estrangeira, por meio de um intérprete.

A Bíblia, o Corão, a Torah jamais foram escritos em linguagem telegráfica, tipo trabalho científico.

Eu já disse, no médio oriente, onde se fala e se escreve árabe, todos ESTUDAM e debatem o Corão. Em muitas partes de África e outros lugares onde não se fala árabe, todos ESCUTAM o Corão. E isso é uma grande diferença.

Mesmo que seja para preservação da mensagem original, a sua interpretação jamais poderá ser uma transcrição cega do que está escrito.

É um erro grave e aí, reside a diferença entre os extremistas e os moderados. Porquanto, os livros sagrados estão escritos numa linguagem metafórica e nunca podem ser interpretados nessa linha, porque na época em que foram escritos, assim rezava o costume dos povos do oriente médio, que nem sabiam o que era pragmatismo (Grécia).

Por isso meu caro, estude árabe (se já falar, volte a fazê-lo) e volte a estudar o Corão também, para compreender bem (e não palrar) a sua mensagem sagrada.

Se tiver noções de árabe, acho que deverá saber que uma frase escrita da mesma maneira pode ter 3 a 4 interpretações dependendo do tom de voz e da sequenciação rítmica de quem a lê. O que avoluma o problema.

Além disso, muito da revelação do Corão baseia-se na transcrição dos preceitos da Bíblia e da Torah. Porque se trata do mesmo (Maqtub). Não há divergência entre as três grandes religiões no tange a origem da humanidade.

A diferença capital está no reconhecimento do Enviado de Deus que, para cada uma delas, é diferente. Para os cristãos é Jesus, para os islâmicos é Muhamad e para os Judeus ainda está por vir...

Isso é que é o mais importante.

Abdul Karim disse...

Ricardo,

Acho que nao me esta a perceber.

Fico por aqui.

ricardo disse...

Já esperava por isso.

Até à próxima