Texto escrito há vários décadas por Frantz Fanon (na imagem), sendo o continente africano a referência do autor: “(...) Os quadros universitários e comerciantes que constituem a fracção mais esclarecida do novo Estado, caracterizam-se, com efeito, pelo seu pequeno número. Pela sua concentração na capital e pelo tipo das suas actividades: negócio, explorações agrícolas, profissões liberais. No seio dessa burgesia nacional, não há uma indústria nem financeiros. A burguesia nacional nos países subdesenvolvidos não está orientada para a produção, para a invenção, para a construção e para o trabalho. E está inteiramente canalizada para actividades de tipo intermédio. Entrar no circuito, conhecer os truques, parece ser essa a sua vocação profunda. A burguesia nacional tem uma psicologia de homens de negócios e não de capitães da indústria.” (Fanon, Frantz, Os condenados da terra. Lisboa: Ulmeiro, s/d, p. 153)
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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4 comentários:
Escrito há décadas?
Ou escrito hoje, e impresso há décadas!!!
nos chamamos isso de entrar no circuito de... lobismo.
assim, por isso custumo dizer, guebusa 'e muito lobista... chissano tambem... estao no circuito...conhecem truques... lobismo.
Verdades que são duras de aceitar.
Porque, curiosamente, ainda me lembro do que fizeram ao pouco que restava da Indústria do Cajú que os portugueses deixaram por cá. E o arroz do Chókwè? Esse nem vale a pena falar.
Coisas que me intrigam. Porque a sua destruição foi comandada por estrangeiros - Banco Mundial e Amigos Socialistas - com ajuda dos dos fiés (jardineiros) nacionais.
Vai-se lá saber...
...para quando a queda do muro dessa cultura enraizada e que é sem dúvida o grande travão da verdadeira emancipação dos africanos !!!!!
...muito pertinente caro professor !!!!
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