A ler: "África – talvez o continente mais vulnerável às alterações climáticas, com cheias e secas que já são sintomas de uma mudança que vem para ficar, em muitos países onde cada habitante emite menos de uma tonelada de dióxido de carbono (menos oito vezes que em Portugal)." Confira ainda aqui.
Adenda: leia um trabalho de Carlos Serra Jr, jurista e ambientalista, intitulado "Destino da humanidade em Copenhaga", aqui.
Adenda 2 às 8:56: confira um trabalho sobre a posição do Brasil aqui.
4 comentários:
O Rosário começa a compor-se confirmando as minhas expectativas mais negras para África.
Continuo a acreditar na deslocalização industrial e energética das economias do primeiro mundo (e emergentes) para este continente. De produtor de matéria prima, África "evoluirá" para produtor de pré-fabricados industriais que irão alimentar as montadoras universais. Com aplausos de de lés a lés, dando a entender que os desígnios de modernização foram atendidos. Pura ilusão.
O Brasil e seus parceiros emergentes, parecem ter-se percebido do mesmo que eu. Apela-se à redução do consumo global de energia. Ou seja, embora o problema global seja motivo grande preocupação, mais preocupante e exequível é a redução da taxa de desperdício energético que por força de tecnologia obsoleta ou do consumismo do primeiro mundo. Quando avaliamos o consumo de combustíveis fósseis que um automóvel americano perante um modelo equivalente japonês, aí é que percebemos a diferença. Quando se constata que se consome o mesmo volume de recursos para ter 128 quilos de carne ou 22 toneladas de cereais, então aí fica claro que a factura está sendo cobrada às pessoas erradas.
Isto é, o primeiro mundo deseja que todos poupemos, para ele nos vir comprar a quotas de Carbono que não iremos usar. Muito interessante. Poupança com impacto no seu actual estilo de vida? Isso nunca.
Eis porque Brasília, Pequim e Nova Dheli oportunamente se agarram ao Carvão, porque "sabem" que em momento algum o primeiro mundo aceitará a meta de 2020. Mesmo porque não pode. Então, os emergentes "também" não têm que se preocupar com as metas globais de 2050.
Isto é o jogo sujo da política. E África a ver a banda a passar.
Porque nesta conversa toda, nunca ouvi nenhum governo do Primeiro Mundo a dizer que a produção de veículos automóveis poluentes será restringida. Que os hábitos alimentares também deverão estar sintonizados com os gastos de energia e até o lazer, deverá ser olhado como tal...
Finalmente, o oportunismo que algumas situações propiciam para se exacerbar mais o problema. Vimos com as Vacas Loucas, depois com a Gripe das Aves, e depois com a Gripe Suína. E hoje é o aquecimento global.
O problema existe e tem ser resolvido, mas não se impinjam "soluções" aquém tem vivido permanentemente com uma pistola apontada à cabeça.
Se a Proposta Alternativa tiver como base:
1- Consideracao de Valores Humanitarios Universais como base de negociacao.
2- ajustamento do REDD 'a realidade mocambicana, onde a preservacao de florestas seria o principal ponto.
3- o investimento na educacao orientado com vista a melhoria de qualidade de educacao para criar capacidade de transferencia de tecnologia e know-how.
era capaz de entrar... 'e diferente no conceito, apresenta evidencias claras de caso especifico em relacao ao resto da Africa, logo medidas generalistas poderiam causar efeitos negativos. e tem um custo bastante mais baixo relativamente 'a posicao da UA.
Gostei particularmente do trexo de Carlos Serra Jr, abaixo .
"Naturalmente que em Copenhaga não estará em discussão a essência da questão – o modelo económico actualmente dominante, de tendência neo-liberal, e que assenta na maximização do lucro, no endeusamento do consumismo (ainda que do meramente supérfluo e/ou acessório) e do esbanjamento, no enfoque cada vez maior na especulação em vez da produção, da liberalização, na desregulação das trocas comerciais e na privatização crescente do Estado, o que contribuiu sobremaneira para o aumento global e exponencial da pobreza, por um lado, e dos danos ambientais, por outro lado. Não sendo em Copenhaga, em algum momento se terá que equacionar verdadeiramente a construção de uma nova ordem económica mundial, pois a actual já demonstrou, seguramente, estar em crise e ser altamente prejudicial para o Planeta, para a humanidade e para todas as demais espécies."
a foto é inteligente
XkuraH
Há algo de podre no reino da Dinamarca...
W. Shakespeare
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