03 setembro 2009

Manchete do "Savana"

A grande manchete do “Savana” desta semana: uma longa entrevista com Mariano Matsinhe, veterano da Frelimo. Antetítulo: Os que morreram pediram para morrer. Título: Na Frelimo era norma fuzilar.

10 comentários:

Reflectindo disse...

Aguardamos ansiosamente para ler a entrevista.

micas disse...

Também eu estou ansiosa por ler este artigo.Pudera com este título e antetítulo!!!!

umBhalane disse...

Estou plenamente de acordo com o Sr. Mariano Matsinhe,

e não é muito fácil!!!

Mas anseio também pela entrevista integral.

Viriato Dias disse...

umBhalane, é fácil dizer isto quando estás a arrotar os frutos dos homens que tombaram, para que a árvore não secasse. Triste seria se o umBhalane vivesse os tempos mais duros da ditadura frelimista. Vá a Tete ver as feridas do SNASP, etc, olha que não se esquece de levar muitos lenços para limprar as lágrimas. O meu pai, a título de exemplo, ficou meses numa masmorra que nen ele sabia onde estava, sabia apenas que estava debaixo de terras, sem água, luz, etc, mas preso. A razão: tinha trabalhado na antiga administração colonial português, como muitos. Foi um dos poucos filhos de Tete mais chorado na sua morte. Pesquise. E não diga o que não sabe, por favor.

Um abraço

Nelson disse...

Quem nao sabia disso?

umBhalane disse...

Viriato Dias

Começo por lamentar o que aconteceu na sua Família, nomeadamente com seu Pai, e a muitos outros Moçambicanos.

Penso que os anos mais duros da ditadura foram os já de 1974 a 1979, inclusive.

Período que vivi, de viver mesmo, em Moçambique - Nampula.

Mas não vou por aí.

Só colho frutos das árvores que planto - nunca fui oportunista, e por isso tenho pago preço bem alto - por outro lado não preciso de barbitúricos para dormir, que nem uma pedra.

O único crime que cometi no Moçambique da Frelimo foi não ser comunista, e ser branco descendente de Portugueses, algo que muito me orgulha.

E vou repetir, e ser mais preciso, assertivo:

"Estou plenamente de acordo com o Sr. Mariano Matsinhe,

e não é muito fácil!!!"

E quem me conhece, porque sou claro, e escrevo-o, concordo com o o Sr. Mariano Matsinhe, com a Frelimo.

"NA FRELIMO ERA NORMA FUZILAR"

O Viriato talvez não esteja de acordo porque detém o pouco conhecimento que me atribui.

A Frelimo assassinou, fuzilou, torturou, prendeu, humilhou, desterrou, roubou, violou,.................

e eu sei, e concordo, que é verdade.

Agora, para um apoiante declarado de MUGABE, outro grande assassino do vizinho ao lado, um ditador da pior espécie, fico admirado com o seu posicionamento.

Mas creia Viriato, que faz tempo que já diagnostiquei o seu trauma, o seu problema.

Creio que com o tempo, com a idade, o Viriato vai ultrapassar esse problema, esse condicionamento.

Mas terá que o fazer sozinho.

Racionalize as questões.

Só.

O Viriato é um bom "rapaz", está apenas confuso.

Sinceramente, um grande abraço,

e não zanga comigo!



Nota final:

É evidente que ninguém pede para ser assassinado, e alvo de outras sevícias praticadas pela Frelimo, com autores e mandantes bem conhecidos, vivos.

micas disse...

Não querendo meter a foice em seara alheia....mas já metendo,

Sabe Umbhalane?...por vezes os jovens que pensam, nem sempre param para ler tudo mesmo o que não está "escarrapachado". Falta-lhes as vivências que os outros mais cocuanas( como nós) tivémos.

O que acontece mesmo e esquecendo algumas picardias é que estamos todos à espera da bendita entrevista,Depois, bem depois cada um digira a dita conforme puder!

Viriato Dias disse...

umBhalane,
Posso ter muitos defeitos, mas não sou cinico nem irónico. Também não uso artimanhas verbais para apodar de podre a quem quer que seja. Sou apenas duas palavras: o que sou e aquilo que sou, e não procuro ser mais do que sou para parecer aquilo que não sou. Por isso, confesso, por ser como sou, vai-me custar a vida tal como, aliás, custou aos meus caros.
Repare um detalhe, umBhalane, apenas conseguiu diagnosticar a minha trauma/doença depois de eu o ter repudiado, mas nunca o fez antes, frontal e sem rodeios como o são os filhos de boa gente, como sóis dizer. Fica aqui um conselho, claro, se me permitir a ousadia, não convém diagnosticar doenças ou traumas a quem não conhece, ou melhor, para ser mais conciso e preciso, não é decente de um académico como umBhalane diagnosticar a quem quer que seja, à sua própria doença. Deixe, se for o caso, ao serviço do médico este ofício. Pessoalmente não tenho nenhuma trauma, a menos que o queira atribuir-me. Mas se umBhalane as tiver, cure-se quanto antes.
Digo-lhe muito sinceramente que não tenho por hábito, nem pela idade que tenho e que é minha (é doença sénil de alguns anciãos fazer pouco as ideias dos mais novos, recorrendo-se ao factor idade, que em África, reconheço, é um posto. Por isso está como está, à deriva), recorrer ao paleio verbal para dimunuir à insignificância do NADA, uma opinião contrária a minha; pelo contrário, levo-a à letra e tomo-a em função das circunstâncias em que ela é proferida.
Sabe, umBhalane, Mugabe é um demónio conhecido. Só se tornou demónio quando sacudiu às exigências do Ocidente face às reformas agrárias no seu país; mas antes era, para este mesmo Ocidente, e para o mundo em geral, Cristo na terra. Cabe, quanto a mim, ao seu povo – o povo zimbawueano – julgá-lo pelos crimes que cometeu, se efectivamente tiver, o que duvido que haja nos moldes em que o acusam, não obstante o facto de que ninguém é santo neste vale de lágrimas! E evite seguir os trilhos de terceiros para tirar ilações sobre o caso Zimbabue, apesar de, se for verdade, for mais velho que eu! Uma coisa, porém, não tem nada a ver com a outra.
Não deve imaginar, meu amigo umBhalane, as garras que o Sistema ostenta, como dizia numa reflexão: ou usa as garras que têm ou as patas, iguais as de um leão e de um elefante, respectivamente, para lançar à cova fria quem é contra eles. Assim foram-se grandes homens.
Quero terminar este meu repto cordialmente, lançando um lenço branco, que não significa desistência (“dou um boi para entrar nessa briga, mas também daria uma manada para não sair dela”) mas sim pela PAZ!
Um abraço fraternal

umBhalane disse...

Viriato Dias

Maningue obrigado pelos cumprimentos.

É só para dizer, ficar escrito, esclarecido, que não sou nenhum académico,

mas gostaria muito de o ser.

E, não zanga comigo.

Um abraço fraternal.

Anónimo disse...

A entrevista esta ai na rua desde ontem.

Ja leram?