A saga dos sete milhões - regularmente abordada neste diário - prossegue, com conteúdo crescentemente claro no que concerne aos meandros da alocação. Desta vez foi em Mutarara, província de Tete, quando da visita do presidente Guebuza: "Senhor Presidente, esta semana, várias pessoas deste distrito foram contactadas pelos membros do Conselho Consultivo no sentido de não falarmos nada sobre a gestão danosa dos sete milhões. Disseram-nos que caso falássemos pagaríamos muito caro pela nossa ousadia com agressões físicas e até nos ameaçaram de morte, mas isto não nos assusta. Formaram um clube de famílias e amigos e entre eles concedem-se empréstimos sem observância das regras”, disse Andrade, para depois acrescentar que “Nós, quando apresentamos projectos, os mesmos são simplesmente chumbados ou, então, no lugar de ser concedido o empréstimo pretendido, recebemos 5 a 10 por cento daquilo que solicitamos. Ajude-nos a combater a pobreza aqui em Mutarara”.
Adenda: aqui está um tema que vai ser um dos cavalos de batalha nas campanhas eleitorais deste ano. Por outro lado, irá faltar-nos saber da sorte daqueles que têm tido a coragem de se furtarem ao medo e aos vigilantes locais de mentes e comportamentos para colocarem de frente os problemas.
2 comentários:
1. Sinto a falta do meu amigo Alfredo Langa com quem discuti longamente sobre os sete milhões. Sem querer me gabar, parece que os que levantam nos comícios provam o que eu sempre disse aqui quanto aos beneficiantes dos sete milhões.
2. Quem pode definir o destino ou a sorte dos corajosos e denunciantes é todo o cidadão amante da pátria mãe. O cidadão deve estar vigilante para saber do que vai acontecer aos denunciantes.
3. Em Angoche pelo menos o administrador distrital acusado já foi suspenso. Claro ficaram outros.
4. Nem só os administradores distritais são culpados. O governo central é também culpado por não definir claramente os componentes do Conselho Consultivo. Um conselho consultivo composto apenas por camaradas (elementos do mesmo partido) é facilmente corrompível.
5. Até que enfim, quem desta vez fala não são os orquestrados. E prova-se que nas zonas rurais o cidadão usufrui a liberdade de expressão. Ainda bem.
ou entao prova-se que nas zonas rurais ja nao esta dar para apertar mais o cinto.
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