25 maio 2009

Ministriáveis e deputáveis (3)

Vamos lá a mais um pouquinho da série.
Na realidade, este período é feito de muitas coisas, fáceis umas, difíceis outras, para os ministeriáveis e deputáveis.
Uns, os ainda não escolhidos, passam os dias roendo a alma na expectativa de que o Grande Chefe os chame, neles reconheça virtudes dirigentes sem mácula. Roendo a alma e jogando meticulosamente os jogos íngremes do clientelismo.
Outros, já escolhidos, iniciaram o período da reconversão e da recalibração plurais: tudo neles passa a ser cálculo, cuidado, controlo emocional, distância (aprendem a gerir o poder de terem Poder, a saboreá-lo), privação daquilo que os torna demasiado públicos, fúteis e expostos. Se são críticos, aprendem a ser críticos apenas pelo prisma admitido no Grande Sistema. Os olhos grandes do Big Brother vigiam-nos. Mas vale bem o sacrifício: os frutos serão bem saborosos.
(continua)

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