16 dezembro 2008

Zimbabwe: ferido a tiro comandante da Força Aérea segundo TH

O jornal governamental zimbabweano The Herald reporta hoje que o comandante da Força Aérea, Perrance Shiri (na imagem), foi ferido a tiro numa mão por homens emboscados quando, sábado, se deslocava para a sua farma. O ministro do Interior, Kembo Mohadi, afirmou ontem que o ataque era parte de uma campanha de terror destinada a desestabilizar o país.
Observação: desta maneira temos o cenário social e político no Zimbabwe a ser oficialmente desviado com muita rapidez para um registo castrense agudo e de demonização sistemática que procura de forma ostensiva transformar o MDC num alvo terrorista que o regime do Zimbabwe supõe ser apoiado pelo Botswana. Isto, depois de há dias os Ingleses terem sido acusados de terrorismo bacteriológico (introduzindo deliberadamente a cólera). O Zimbabwe vai certamente transformar-se num Estado bem mais policial e militar. A situação regional pode complicar-se muito rapidamente.
Adenda 1: leia aqui um trabalho do historiador Egídio Vaz.
Adenda 2 às 18:25 (hora de Madrid): leia o ZWNews aqui e o Zimbabwe Situation aqui.

7 comentários:

Sir Baba Sharubu disse...

This story of General Perence Shiri being shot in the hand is not at all clear. At present one cannot even excluded that it was a self inflicted wound...

Egidio Vaz disse...

you are totally right! may even be without his consent, a way of putting people worried about their home security, so as for the Government enforce its draconian security measures.

Anónimo disse...

Como se sabe o "atentado" é parte das preparações pela declaração do estado de emergência.

Anónimo disse...

Por alguma razão existe o ditado “quem te avisa teu amigo é”. Não conheço pessoalmente Egídio Vaz, mas não posso deixar de manifestar aqui o sentimento de amizade que senti ao ler esta sua nota. Este email é um bom gesto de amizade; um bom anti vírus contra as anestesiantes manipulações analíticas dos intelectuais do establishment. Não entendi bem (mas passo bem sem os detalhes) a afirmação “nós sabemos o que está por detrás desta ‘integridade’”. Para bom entendedor meia palavra basta. O resto, como defendi noutro espaço, só temos que agradecer à coragem despudorada de Mugabe; a sua teimosia não só esta a servir para mostrar que “O rei vai nú”. Aos poucos, pelo menos enquanto este carnaval vergonhoso continuar, muitos outros nus irão ficar.
Como nos adverte Noam Chomsky, nas suas incursões de autodefesa intelectual, há milhares de anos que os regimes esperam dos intelectuais que consigam das pessoas que sejam passivas, obedientes, ignorantes e programadas. Chomsky adianta que, num comentário aos programas educativos, Raph Waldo Emerson, o grande ensaísta e filósofo norte-americano, disse com invulgar honestidade: “Devemos educar o povo de forma a que este não nos agarre pelo pescoço”, ou seja: é preciso que o tornemos tão passivos que ele não se possa virar contra nós”. É este, fundamentalmente, o papel dos intelectuais do regime. Tive oportunidade de ler o artigo “Lessons of Zimbabwe” de Mahmood Mamdani. Mais uma vez, as observações críticas de Vaz são um bom contributo para os que não conhecendo a realidade do Zimbabwe, precisam e desejam manter a sanidade e lucidez mental; uma oportuna observação para nos proteger das fabricações do consentimento.
Obrigado Egídio Vaz
AF

Anónimo disse...

The truth behind the Shiri shooting

Zimbabwe's Air Force commander Perence Shiri, the target of an attemped assassination on Sunday morning, was shot at by his own side. My sources reveal that Shiri was the victim of a plot hatched by the feared spy agency the Central Intelligence Organisation (CIO).

Four hitmen armed with machine guns waylaid Shiri as he was driving back from his farm in Shamva, a mining town in Mashonaland Central. The plan was to fire first at the car, forcing it into a ditch, and then to finish off the Air Marshal at point blank range.

Three bullets hit Shiri's vehicle, one of them wounding him in the shoulder. But it is understood that he pulled out a pistol and returned fire, forcing the hitmen to flee. He later received treatment for the wound at the
hospital at Manyame Air Force Base.

My source in the CIO told me that Shiri, who is a member of the Joint Operations Command, the military junta that virtually rules Zimbabwe today, was targeted because of his growing stature within the ruling Zanu-PF party.

"He has begun to rival the Zimbabwe Army Commander, Constantine Chiwenga," I was told. "Chiwenga is determined to succeed Mugabe, so it was decided that Shiri should be eliminated."

There was also a suspicion within Zanu-PF that Shiri had been in secret contact with the opposition Movement for Democratic Change (MDC), with a view to achieving immunity from prosecution, in the event of the MDC taking power in the country.

Immunity is something Shiri would surely need. His name is still cursed in parts of Zimbabwe, because in the 1980s he personally masterminded the infamous Gukurahundi operation, in which 20,000 Ndebeles in the Matebeleland
region were massacred.

Now of course the government will attempt to blame the assassination attempt on some mythical opposition force allied to the MDC. Most Zimbabweans will reject this explanation. We have long known that, if you join the turbulent ranks of Zanu-PF, you will find you have more enemies inside the party than out.

Source: zimbabwe today

Egidio Vaz disse...

AF, muito obrigado pela coragem. E um dia, quando for oportuno, irei esclarecer o que está "por detrás desta integridade".
As lições que a humanidade aprende da história estão quanto a mim, para nos preveninr destas manipulações:
Nenhum dos ditadores mais sanguinários que a História Universal conhece dispensou a ajuda de BONS INTELECTUAIS! Hitler, Mussolini, Saddam Husein, só para citar os mais contemporâneos.
E agora vemos também Mugabe aureolado pelos ditos "intelectuais íntegros". Estou assustado.

Anónimo disse...

Professor,

Não tem nada a ver com Mugabe, mas cá pela nossa terra nestes últimos dias houve várias situações no domínio da ordem pública que não o vejo referir no blogue: há dias houve um polícia que assassinou um superior seu no Chimoio, na madrugada de sábado houve um assalto a uma esquadra da polícia na Matola B e, ontem mesmo, o baleamento mortal do Director da Ordem Pública na Cidade de Maputo. Tem acompanhado estas situações que são preocupantes?