14 dezembro 2008

Cartas de Madrid (2)


Mais um pouco das cartas.
1. Deu-me a fome. Entrei num restaurante tipo popular. Pedi coelho mas fiz questão de dizer à solícita empregada que queria picante para acompanhar. Não vou estender-me no diálogo, mas ficai a saber que a senhora que me atendeu é de Moçambique, nasceu em Boroma (a cerca de 20 quilómetros da cidade de Tete, exactamente como eu). Tudo porque eu falei em piripiri. Ela está casada com um espanhol e tem dois filhos. Porque em terra estrangeira, não lhe convinha falar muito com o cliente-conterrâneo, ainda por cima em português. A vida é espantosa, não é?
2. Neva um pouco. Lembrei-me de, em 1985, em Berlim, ter estado horas a mexer na neve, coisa que, até aí, nunca tinha visto nem sentido.
3. Do meu lado direito dois casais-classe média: conversa regrada, policiada; do lado esquerdo, quatro operários de camisetes com o dístico "maquinaria" e montes de artefactos-resolve-tudo à cintura: conversa aberta, alta, sem perímetro.
4. Os jornais daqui estão cheios de notícias sobre a revolta popular na Grécia. Terei de arranjar tempo para falar um pouco disso.

4 comentários:

micas disse...

Que bom encontrar a nossa gente por todo o lado.Mesmo nevando, o calor faz-se sentir de imediato.

Professor se puder não deixe de ir assistir a uma sessão de flamenco num dos cafés típicos de Madrid. Acredite que vale a pena.Um bom brandy e uma cachimbada, farão de uma noite gélida, uma noite inesquecícel.

Um abraço e disfrute a sua estada.

Anónimo disse...

Professor,
Agora o blogue só me entra à terceira. Mas que raio, por que será?
Que tudo corra bem por Madrid.

Carlos Serra disse...

Não sei o que se passa. Aqui tb tenho dificuldades com o IE. Apenas abro bem com o Opera, que importei esta tarde. Da mesma forma, tenho levado montes de tempo pelo IE 8 a abrir alguns blogues que visito regularmente.

Sir Baba Sharubu disse...

Your radar is very good indeed for the detection of the good people from Tete.