E aí temos a síndroma do Quénia/Zimbabwe: a Unita, principal partido da oposição em Angola, impugnou as eleições na província de Luanda, em processo entregue esta manhã na Comissão Nacional Eleitoral. Um porta-voz do partido referiu "evidência gritante" de "falta de transparência" do processo eleitoral na capital angolana, a saber: "Falta de cadernos eleitorais em todas as assembleias de voto, ausência de registo electrónico previsto dos eleitores e de boletins de voto, urnas que não abriram e a "ilegal" passagem da votação para dois dias". Confira esta e outras notícias aqui. O líder da Unita, Isaías Samakuva, "pediu a realização de novas eleições parlamentares no país, devido aos atrasos e à desorganização nas seções eleitorais." Enquanto isso, em posição ontem assumida, "A missão de observadores da União Europeia (UE) qualificou (...) de “desastre” a organização das eleições legislativas em Angola, as primeiras vividas em clima de paz, após 27 anos de guerra civil", tendo a eurodeputada italiana Luisa Morgantini usado a expressão "caos total". A terminar, sugiro-lhe que leia esta excelente análise aqui.
Observação: não tenho qualquer dúvida de que a mesma síndroma vai ocorrer no nosso país.
3 comentários:
As (tantas) semelhanças entre o descrito na análise (sugestão de leitura deixada pelo Prof.) e o cenário em Mocambique, não parecem meras coincidências...
V.I
Vamos a ver...
Ouvi ontem, a representante da UE a falar das eleições em Angola. Os termos que usou foram de elogio à organização do processo eleitoral.
Vários observadores já se pronunciaram, bastante favarovalemente, em relação ao ptrocesso eleitoral angolano. Vários países influentes já endereçaram congratulações a JES.
Creio que os caçadores de caos vão se dar mal em Angola. Bem o tentaram. A imprensa portuguesa publicou, ainda no primeiro dia, que as elweições estavam a ser um desastre. A sociedade civil angolana, intelectuais, homens de bem de todas as raças levantaram-se e, em todos os órgãos de comunicação social angolanos, puseram em cheque e ridicularizaram as posições aventureiras sa imprensa angolana.
Felizmente para Angola, o espírito de angolanidade é muito forte entre pessoas de todas as raças. Não há Quintas Colunas lá.
Por tudo isto, a reclamação da UNITA não será atendida. Também com aquelas diferenças? O MPLA conquistou quase 82% dos votos. Que reclamação relevante pode fazer quem só teve 10%?
Esta esmagadora vitória do MPLA é, também matéria de estudo. Temos estado a ser bombardeados com avaliações bastante negativas do regime angolano. Qualquer governante angolano é representado como corrupto, ladrão e tudo o resto.
Podemos concluir que o povo angolano gosta de corruptos? Convenhamos que 82% não é pouco. Ou há muita mentira nas avaliações que temos ouvido?
Obed L. Khan
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