Passam mesmo à minha frente, aqui, no Núcleo Bandeirante, cidade satélite de Brasília, numa das suas ruas, quase 20 horas: mãe magra de filhinho ao colo, no meio outro filho (presumo) de cerca de 4 anos de pauzinho na mão, pai à frente com plásticos, vão de lata de lixo em lata de lixo, catando, remexendo. A criança de cerca de quatro anos tentou alçar-se na segunda lata de lixo, mas, claro, desconseguiu. Pergunto-me: custa alguma coisa tornar o social desigual uma natureza irremediável igual?
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Não custa..mas pelos vistos parece que sim a alguém..
:-(
Lisa
Esse é o nosso Brasil. De um lado luxo e riqueza. Do outro fome e pobreza. Espero que um dia isso acabe...
E como são fortes as palavras do texto de 2006 linkado, prof! Nossa... fiquei impressionada. Esse foi mais um que caiu no ctrl+v/ctrl+c para entrar nos meus arquivos. Perfeito.
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