As águas do Infulene estão contaminadas com resíduos da destilaria de álcool da fábrica Lusovinhos. Mas um porta-voz da empresa, João Francisco, surgiu no "Notícias" de hoje a dizer que não vai mais recuperar a destilaria, destruída por um obus quando das explosões de Malhazine de Março passado e assim "fica resolvido o polémico caso de emissão de resíduos para o vale do Infulene." Quer dizer: as declarações do Sr. João Francisco acabaram magicamente com a contaminação. Entretanto, se a notícia do jornal é omissa sobre o que vai agora fazer a Lusovinhos em termos fabris, esclarece-nos, porém, que ela tem estado a desenvolver "algumas iniciativas de responsabilidade social no Distrito Municipal n.º 5, particularmente na zona onde a fábrica está implantada, nomeadamente a abertura de furo de água, fornecimento de equipamentos para a prática desportiva e na última segunda-feira procedeu à oferta de uma sala de informática com acesso à Internet, equipada com 25 computadores e uma biblioteca à Escola Secundária Heróis Moçambicanos, no Bairro do Bagamoyo."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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