21 maio 2007

Retrato do lobo que levava buracos nas peúgas - um texto de Ana Alonso (2)



Retrato do lobo que levava buracos nas peúgas (2)

Desta política sabe muito o Banco Mundial, defensor da justiça social nos dípticos, mas, na realidade, instituição chave para manter e financiar a política exterior norte-americana, braço de ferro capaz de assegurar a continuidade de seus lucros provenientes dos desequilíbrios mundiais, cada dia tão evidentes como insustentáveis.
Designado para a primeira cadeira do Banco Mundial pelo presidente Bush, Paul Wolfowitz foi previamente subsecretário de Defesa do governo americano e um dos principais planificadores da guerra do Iraque. Com Rumsfield e Chenney, foi um dos ideólogos do sinistro projecto de remodelação do Médio Oriente, incluindo o programa de torturas dos muçulmanos capturados nas zonas ocupadas, para além de ser um dos principais falcões do lobby sionista que controla a Casa Branca.
Através deste lobby sionista, o Banco Mundial é um instrumento chave da política imperialista para controlar e impor aos governos dos países desfavorecidos todo tipo de chantagens mediante a exigência de cumprimento de programas de ajustes econômicos a câmbio de auxílios financeiros no combate à pobreza.
Por isso preocupa e indigna que, logo após a negativa vergonhosa de se demitir, depois de promover indignamente o salário de sua amante muçulmana com cargo através dos fundos do Banco Mundial, a Casa Branca pretenda promover para a presidência desta instituição gémea do FMI um novo falcão do sionismo, Stanley Fischer, actual governador do Banco de Israel.
O engraçado desta história é que a arrogância e o despotismo deste pequeno lobo, como o presidente Bush designa Wolfowitz, com buracos nas peúgas, foi levantar a tampa da caixa de Pandora de um escândalo em que são vários os pontos que chamam a atenção do mundo.
De facto, o Banco Mundial, constituído em 1944 para financiar a reconstrução posterior à Segunda Guerra Mundial, transformou-se rapidamente no maior prestamista do mundo, beneficiando de interesses insustentáveis que arruinaram os países mais necessitados do planeta.
Ana Alonso

3 comentários:

Anónimo disse...

"depois de promover indignamente o salário de sua amante muçulmana com cargo através dos fundos do Banco Mundial, " - Qual seria a RELEVANCIA da religião da mulher neste contexto ??? Fiquei curioso....

Anónimo disse...

A pregunta e boa.

No contexto, a religiao da namorada me pareceu um dato relevante.

Por que?

Por ser a religiao musulmana o principal enemigo do judaismo de linha dura ou, por passiva, por ser o judaismo de linha dura o principal enemigo da religiao mussulmana.

Nao e um segredo para ninguem que o namorado pertence ao judaismo de linha dura.

Neste contexto, o facto da namorada perceber um salario superior ao da senhora Condolezza Rice me parece, sim, um dado inquietante: sera pela sua valia, sera pelas suas artes amatorias ou sera, quem sabe, pelos servicos prestados?

Vale?

Ana Alonso.

Anónimo disse...

Ok...
Percebido...

Mas se não estou em erro, naquela parte do texto, não vinha a parte do individuo ser judaico e toda a questao judeus vs muculmanos....penso k só surgiu agora na parte final....

Penso k foi um mal entendido devido ao facto do texto se apresentar em partes....

Valeu