23 maio 2007

Florestas, madeira e fiscais em Sofala - carta de um leitor (2) (continua)

"Esta carta tem a ver com a apreensão de 18 contentores de madeira serrada no porto da Beira.
Em sua superficialidade, os media cantam vitória por isso. Sem entrar numa análise mais justa e sempre necessária.
Senão, vejamos.
Na Beira circularam mais de 80 mil toneladas de madeira ilegal em 2006.
80.000 toneladas de madeira ilegal são 3.650 camiões.
Nao há possibilidade de entrar na Beira sem passar pela fiscalização, permanente na balança de Dondo, que se encontra na única estrada existente para entrar na Beira. Nao há estradas secundárias transitáveis. Os fiscais de Florestas prestam nesta balança um serviço permanente, 24 sobre 24 horas, incluídos domingos e feriados.
Contrariamente ao que se disse, a fiscalização na província de Sofala não tem falta de meios.
Os fundos de PROAGRI não foram para apoiar os camponeses a produzir e a escoar a sua produção.
Em Sofala, os fundos de PROAGRI foram para melhorar as infraestruturas administrativas de Agricultura e, sobretudo, dos serviços provinciais de Florestas, que receberam inúmeros carros e, até, um machibombo para ir recolher e deixar os funcionários (das florestas) em suas casas antes e depois do trabalho.
Por que foram para as Florestas esses fundos?
Porque a fiscalização florestal dá muito dinheiro aos funcionários.
Muito mais que o controlo das queimadas. Muito mais do que a produção agrícola dos camponeses.
Voltemos ao início."

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