No dia de África, o edifício do Ministério da Agricultura arde na cidade de Maputo desde a madrugada de hoje. É impressionante ver como tão imponente edifício é pasto das chamas. Quase impotência dos bombeiros, enquanto se procura salvar o que for possível salvar de documentos e computadores. Não sou ainda sabedor das causas do incêndio.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
4 comentários:
Não oiço dizer nada quanto à existência ou não de qualquer sistema de alarme para a presença de fogo nos pontos nevrálgicos do Ministério, o que me parece ser uma regra básica e imprescindível de segurança considerando sobretudo o valor da documentação para a estabilidade e funcionamento normal do país. Existia algum sistema? Funcionou?
A propósito deste incêndio lembrei-me de um comentário que ouvi aquando das explosões do paiol: "Como está, o nosso Estado só não explode porque não é combustível." Na altura considerei um exagero tal afirmação, mas acabo de ver que, de facto, pode acontecer.
Conforme pude acompanhar pela TVM, perderam-se, entre outros, todos os documentos de contabilidade do Ministério da Agricultura. Espero que se tirem rapidamente lições e se tenha o bom senso e a responsabilidade de instalar, de imediato, sistemas mais seguros de preservação da documentação em todos os Ministérios. Desejo também que, em vez de se comprarem tantos 4x4 para circular nas cidades e arredores, se dotem os bombeiros do mínimo de viaturas necessários ao seu funcionamento.
Fátima Ribeiro
Creio que o problema é complexo. Mas, por agora, em relação aos documentos que refere, podem ter ardido eventualmente, também, por exemplo, os ligados à exploração das florestas...
Impressionante ! Intrigante ...
Carlos Serra, vou acompanhando através do seu olhar o que por aqui se passa. Vou confessar-lhe uma coisa: não conheço Moçambique, mas o avô de um dos meus filhos, que hoje tem 19 anos, viveu toda a vida em Moçambique. Já faleceu, estava ligado à FAO e ultimamente trabalhava no Porto da Beira. Era engenheiro,foi militar, tinha residência no Maputo e foi um dos dirigentes do antigo Sporting de Lourenço Marques, hoje Gostava um dia de visitar estas paragens ...
Venha visitar! Lhe fará bem! Venha com o filho. Esta é uma terra maravilhosa.
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