Lembra-se do belo poema "Todas as cartas de amor..." de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, de algo que começa assim: "Todas as cartas de amor são/Ridículas./Não seriam cartas de amor se não fossem/Ridículas."?
Enfim, se gosta de cartas de amor, acompanhe as de Ilser (Quelimane) e de Mando (Tete), neste domingo chuvoso em Maputo, aqui.
1 comentário:
Quem não gosta de uma carta de amor? Uma carta de um amor sentido, sem com isto ser preciso usar o ridículo vocabulário das repetições românticas, a melosidade do pegajoso, do melento gruda-gruda.Estas que me refiro, descarto no imediato,me enoja até.
Belas são as cartas trocadas entre Abelard e Heloisa,Kafka e Milena, Martin Heidegger e Hannah Arendt...etc, trocam palavras de amor num eterno questionamento sobre assuntos outros que não são somente...eu - tu.Podemos observar que em cada leitura, destes acima citados, reside questionamentos, troca de aprendizado, confiança em passar um texto para o outro apreciar e fazer possíveis correções, dúvidas, incertezas,melancolías e também euforia e ira (principalmente nas cartas da Heloisa), uma ira deliciosamente agradável quando em seus questionamentos maltrata Abelard, de uma forma elegante e bem definida, por não aceitar que o Cristo da Igreja Católica seja este castrador de sentimentos puros e humano, Heloisa-rebeldia no sangue e na arte das palavras;Abelard - Obdiência ao seu deus, apaixonado por esta mulher, um covarde nas ações? São indagações que estas tão belas cartas de amor nos trazem...ao contrário destas...que o Fernando Pessoa chama de ridícula...porque de verdade verdadeira...SÃO RIDÍCULAS MESMO.
Fotografia 3x4
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