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Quelimane, cidade-coco, os palmares encostam-na ao céu, o casario vetusto alfineta-a no passado, as bicicletas originalizam-na. A cidade dos machuabo e das donas e das sinháras, ponto arquimédico de culturas de todos os azimutes, dos segredos nocturnos, dos amores sem fronteiras, dos rostos femininos de uma beleza secreta e mestiça espreitando em janelas fantásticas de casas paradas no tempo. Sorvo o cheiro quente do Rio dos Bons Sinais, encosto-me visualmente a Inhassunge na outra margem. Banho-me no século XIX, sinto-me lento, mas alegre, namorado pela sura e subitamente sorvido pela babilónia do compra-tudo-vende-tudo-desenrasca sempre do mercado Brandão. Desisto da gloriosa aventura de ir de chapa-bicicleta até Nhamacurra. Como mucapata e galinha à zambeziana, o piripiri é mesmo bom, definitivamente sacana.
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