Segundo o presidente do pequeno Partido Trabalhista (PT), Miguel Mabote, o seu partido vai organizar uma campanha chamada "crime zero", ouvindo cidadãos através de um modelo de inquérito elaborado pelo seu Gabinete de Estudos e Planificação, com margem de erro de 15%, nas províncias de Maputo, Sofala e Nampula, com vista a conhecer percepções populares sobre a criminalidade no país. Estarão em acção - afirmou- 670 brigadistas distribuídos por 134 brigadas.
De acordo com Mabote, o resultado do inquérito será entregue ao Governo.
Como cidadão, louvo plenamente a iniciativa.
Como sociólogo, tenho dúvidas de que esta iniciativa pró-governamental e de que este evidente casamento com a Frelimo, partido no poder, traga qualquer benefício para o PT, ainda que a busca de dividendos políticos me pareça ser o desejo escondido de Mabote, cujo partido não teve até agora, nos pleitos eleitorais, qualquer representatividade nacional, mínima que fosse ou seja ("Notícias", edição de hoje, 26/10/06, p. 3).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Completamente de acordo. De facto uma margem de erro de 15% é um desmesura.
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