A propósito do conflito de interpretações que na entrada anterior dei a conhecer (uma estátua, dos partidos, duas interpretações diferentes), recordei-me de Georg Simmel e das suas brilhantes páginas sobre o conflito.
Escreveu ele que dificilmente podemos renunciar a um instinto de luta a priori se tivermos em conta especialmente as coisas mais simples que dão origem aos combates mais graves.
Citando um historiador inglês, Simmel contou a história de dois partidos irlandeses que se bateram em todo o país por causa da disputa em torno da cor de uma vaca.
Por outro lado, na Índia - prosseguiu Simmel -, tempo houve em que perigosas revoltas eclodiram no seguimento de uma rivalidade entre dois partidos que ignoravam tudo um do outro salvo que um era o partido da mão direita e o outro, da mão esquerda.
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Simmel, Georg, Le conflit. Paris: Circé, 1992, p. 41.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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