17 fevereiro 2011

A teoria do pão (3)

"Vês estas pedras neste árido deserto? Transforma-as em pães e a humanidade seguirá os Teus passos, como um rebanho dócil e reconhecido, mas sempre com medo que a Tua mão se retire e que o pão se lhe acabe." - O Grande Inquisidor, Fiódor Dostoiévski
O terceiro número desta curta série.
A parábola do Grande Inquisidor é, afinal, um discurso político possível de compreender quer na era da Santa Inquisição, quer na nossa, nesta nossa era na qual - aqui reside o meu ponto central nesta série - há decisores mundiais preocupados com cereais e preços.
A teoria do pão é politicamente sedutora: reduzido o ser humano a uma entidade biológica que apenas precisa comer, é fácil produzir teorias à Grande Inquisidor. Há romances que abordaram o gosto infinito de certas elites e de certos ditadores pelos formigueiros do pão, por exemplo O Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, Fahrenheit 451 de Ray Bradury e 1984 de George Orwell.
Prossigo mais tarde.
(continua)

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