08 abril 2013

Religiões sensoriais

O cantor todo tatuado canta há horas diante de milhares de pessoas que, sincronizadamente, braços no ar, espectáculo mundial, vivem de forma intensa o acme dos sentidos. Menos do que a letra (pobre), menos do que a qualidade das músicas (péssima), o fundamental é a capacidade do cantor tatuado fazer-se o profeta dos sentidos, o oficiante ruidoso de uma gigantesca religião sensorial, catárquica, em meio a uma panóplia de ruídos múltiplos, extraordinários, recorrentes. 

2 comentários:

Joana disse...

Sem dúvida, acho que as pessoas procuram cada vez mais acreditar "com o corpo" basta ver as seitas pentecostais...

Salvador Langa disse...

Empreendedores da vida sem cérebro.