Existem duas formas de analisar pessoas. A mais simples, a mais generalizada, consiste em analisar as pessoas em si, independentemente do sistema ou dos sistemas sociais que elas produzem e pelos quais são, por sua vez, produzidas. É através desta forma psicologizante que classificamos, que etiquetamos, que situamos positiva ou negativamente outrem, em quadros cognitivos que são os nossos, que aprendemos a fazer nossos. Esta é, digamos, a ego-análise, típica do internetês (especialmente nas modalidades facebookês e twitterês) das redes sociais, das cartas de leitores e dos textos falsamente eruditos que aperecem em certos jornais. A segunda forma, bem mais difícil e bem menos praticada, consiste em analisar as pessoas através dos sistemas sociais que elas produzem e pelos quais são produzidas. Por outras palavras, aqui não são somente o Sr X e as suas ideias que são fundamentais, mas também - e especialmente - o sistema social ou os sistemas sociais que permitem a existência de X...x1...x2...x3...xn. Esta é, digamos, a sócio-análise, muito rara de encontrar.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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