02 abril 2013

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Uma viagem a Mágoè/Zumbo (Tete) (55)
Séries pessoais: O aguilhão da história (sobre o assassinato do taxista moçambicano) (24); Por que os médicos venceram? (19); Três racionalidades (ainda sobre o avião de Moatize) (14); Por uma Idade da Democracia Real (texto de 1998) (28); Vídeosocial de Maputo (4); A raça das raças (6); Desunidos e unidos (5); O poder de nomear desviantes e vândalos (8); Sobre o 15 de Novembro (17); Produção de pobreza teórica (7); O discurso da identidade nacional (6); Como suster os linchamentos? (15); O que é um intelectual? (12); Democracia formal e prescrição hipnótica (8); Semiologia das ameaças políticas em Moçambique (12); Análise da análise (18); Morte dos blogues moçambicanos? (43); A carne dos outros (21); A difícil fórmula da distribuição de consensos (49); Sobre os guerrilheiros do informal em Moçambique (14); Modos de navegação social (21); Ditos (55); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (97)

1 comentário:

ricardo disse...

"...O enigmatico V. I. Ulianov (Lenin)...

Ha um livro de Lenin, que eu gosto de revisitar na minha biblioteca de quando em vez. Intitula-se "Um passo em frente, Dois passos atras". Nela, condensa-se todo o brilhantismo do pensamento politico do fundador da URSS...

"...Em 1916, Lenin dizia que “o capitalismo em sua fase imperialista conduz em cheio à socialização da produção; arrasta, por assim dizer, os capitalistas, contra sua vontade e consciência, a certo regime social novo, de transição da absoluta liberdade de concorrência à socialização completa” .

Mas existe outro aspecto, que os capitalistas não gostam de mencionar: “A produção passa a ser social, mas a apropriação continua sendo privada. Os meios sociais de produção seguem sendo propriedade privada de um reduzido número de indivíduos. Conserva-se o marco geral da livre concorrência formalmente reconhecida, e o jugo de uns quantos monopolistas sobre o resto da população faz-se cem vezes mais duro, mais sensível, mais insuportável”.

Este é o outro segredo das sociedades por acções. Enquanto utilizam a venda de acções para aumentar seu capital, que acaba sendo capital social, reduzem cada vez mais o número de proprietários, com a formação dos grandes monopólios e oligopólios, sempre privados. Lenin explica como isto ocorre, a partir do exemplo do Deutsch Bank (Banco Alemão): este tinha, no início do século 20, participação accionista em outros 30 bancos, dos quais 14 participam em 48 e, ainda, 6 desses participam em mais 9. Assim, o principal acionista do Deutsch Bank pode controlar mais 87 bancos, tendo a maioria das acções apenas do primeiro. Segundo o economista alemão Heymann, reproduzido por Lenin, “é possível, sem possuir um capital demasiadamente grande, dominar sobre ramos gigantescos da produção. Com efeito: se a posse de 50% do capital é suficiente para controlar uma sociedade anonima, basta ao dirigente possuir apenas um milhão para estar em condições de controlar oito milhões de capital das “empresas netas”. E se este parentesco vai ainda mais longe, com um milhão pode-se controlar 16 milhões, 32 milhões, etc.”..." Brilhante!!!

Mas pariu um grande misterio tambem. Nunca percebi o que levou Lenin a defender a partir de 1920 isto:

1. Liberdade de comércio interno,
2. Liberdade de salário aos trabalhadores,
3. Autorização para o funcionamento de empresas particulares
4. Permissão de entrada de capitais estrangeiros para a reconstrução do país.

Segundo Lenin, consistia num recuo tático, caracterizado pelo restabelecimento da livre iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de financiamentos estrangeiros. Lenin teria dito: "Um passo atrás para dar dois à frente". Mas ja estavamos em 1921 e nao em 1905!!!

Certos historiadores asseguram que ate a Bolsa de Valores de Sao Petersburgo estaria nos planos de Lenin, ideia que Stalin tempos depois eliminou da face da terra.

O que teria feito Lenin rever a sua "imbativel" teoria quase 15 anos depois?..."