04 outubro 2011

19 anos do AGP

"O AGP que celebramos já deu frutos, mas não se pode dormir à sombra da bananeira. Estamos numa situação em que não há guerra aberta mas congelada. Os discursos lembram a guerra e substituem-na. A actuação no Parlamento é também uma actuação guerreira. A atitude dos principais actores políticos no processo de negociação de paz e na manutenção da paz ilustra a "teoria de jogo". Se não me dás o que quero, bato-te. Bato-te e dás-me o que quero" - hoje assinala-se o 19º aniversário da assinatura do Acordo geral de Paz (04 de Outubro de 1992). Achei bem recordar um pouco algo escrito em 1995 pelo historiador moçambicano Yussuf Adam no extinto NotMoc, aqui. Complete a leitura com um trabalho do Expresso, aqui.
Adenda às 9:52: confira um texto meu intitulado Consequências da guerra civil em Moçambique (1976/1992), produto de uma pequena pesquisa arquivística que fiz, postado neste diário em 2006, aqui.

9 comentários:

Paulo disse...

Que a paz contrarie a guerra.

Salvador Langa disse...

Só uns minutinhos já volto para comentar.

Salvador Langa disse...

Acredito que há coisas do agp que nós ainda não conhecemos.

Muna disse...

Como aprendiz de relações internacionais não conheço nenhum acordo que não passasse pelo "túnel da diplomacia".

Todos os acordos visíveis têm um acordo invisível. Nada de anormal.

Acho que a nossa preocupação não deve centralizar-se nisso, até porque só há acordo quando duas ou mais partes estão de acordo.

A nossa preocupação deve ser outra:

1. Reforçar as instituições de justiça
2. Introduzir nas escolas cadeiras de moral e ética
3. Reforçar o papel das famílias da formação das crianças (tenho digo sempre que as crianças de hoje serão os políticos de amanhã);
4. Reduzir as assimetrias regionais
5. Acabar com as fomes
6. Promover a auto-estima,
7. Etc.

Existem casos de país como Cabo-Verde, em África, que cumpre com quase todos estes pontos.

Zicomo

BMatsombe disse...

Toda as guerras guardam segredos e esta certamente também os guarda.

izumoussufo disse...

Bradas nunca saberemos do Acordo Geral do Segredo.

TaCuba disse...

Deixemos as autoestimices e falemos sério: problema é político e políticos lutam para ganhar.

nachingweya disse...

Tal como no futebol os árbitros só estão presentes durante o jogo entre os clubes. Nas guerras entre clubes, os árbitros não têm como estar presentes. E, muitas vezes, é nessas guerras e lutas que se ganham os jogos.
Assinado o AGP, quem de facto vela por ele? As partes?
A diferença entre a interpretação de quem Pode e a interpretação de quem Espera define o clima de Confiança entre as partes. A Confiança é transmissível de geração em geração.
Quanto menor o fosso entre o poder e a esperança, maior a confiança e melhor o futuro.
Em boa verdade a conjuntura internacional actual não favorece a ocorrência de guerras civis como as que caracterizaram a periferia da Guerra Fria. Isso revela, à partida, uma Renamo desdentada.
Pisoteá-la nessa circunstância é deselegante e congela ressentimentos para o futuro. É um mau serviço à Nação.
Numa sociedade dividida como a nossa as maiorias absolutas são falsas verdades.
Dizia o escritor : 'Uma boa guerra é melhor do que uma má paz'

ricardo disse...

O sr. Prof. Adam sempre teve razao. Mas, como muitos, ficou a pregar aos peixes, enquanto os BRAVOS cimentavam os seus dogmas...

Esse e que o eterno problema da nossa discussao politica.