Se na era colonial o objectivo central era o de gerir corpos úteis produtores de matérias-primas, no pós-independência o objectivo central era o de gerir mentalidades revolucionárias produtoras de uma sociedade nova.
Lá, procurava-se a simetria corporal; aqui, a simetria mental.
O que interessava aos gestores da revolução moçambicana não era o rendimento dos corpos, mas o rendimento da mentalidade revolucionária; era bem menos a quantidade colonial de cocos colhidos, do que a qualidade revolucionária das mentalidades novas que podiam colher cocos; enquanto que para o colonialismo a população só tinha sentido enquanto reservatório de mão-de-obra, para o frelimismo a sua importância advinha do grau de porosidade política às mobilizações (montante do processo) e às regenerações sociais
(juzante do processo). Ia-se à aldeia colonial recrutar corpos para o trabalho; ia-se à aldeia frelimiana mobilizar mentalidades novas para o futuro.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
3 comentários:
Todos caminhos vão dar a Roma...
Dominação!...
Só uma palavrinha, excelente.
Cada época cada sentença.
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