21 outubro 2011

Da gestão corporal à gestão das mentalidades

Se na era colonial o objectivo central era o de gerir corpos úteis produtores de matérias-primas, no pós-independência o objectivo central era o de gerir mentalidades revolucionárias produtoras de uma sociedade nova. Lá, procurava-se a simetria corporal; aqui, a simetria mental. O que interessava aos gestores da revolução moçambicana não era o rendimento dos corpos, mas o rendimento da mentalidade revolucionária; era bem menos a quantidade colonial de cocos colhidos, do que a qualidade revolucionária das mentalidades novas que podiam colher cocos; enquanto que para o colonialismo a população só tinha sentido enquanto reservatório de mão-de-obra, para o frelimismo a sua importância advinha do grau de porosidade política às mobilizações (montante do processo) e às regenerações sociais (juzante do processo). Ia-se à aldeia colonial recrutar corpos para o trabalho; ia-se à aldeia frelimiana mobilizar mentalidades novas para o futuro.

3 comentários:

ricardo disse...

Todos caminhos vão dar a Roma...

Dominação!...

Salvador Langa disse...

Só uma palavrinha, excelente.

TaCuba disse...

Cada época cada sentença.