Fotos e dois vídeos da morte de Kadafi continuam a correr mundo. O corpo com balas e com sangue, guardado numa câmara de frio comercial da cidade de Misrata, projecta nos internautas o mundo kafkiano do horror convertido à banalidade, à mercadoria e à diversão. Um enorme biombo de psicologia digital para multidões sedentas de surpresas circenses procura esconder a intrusão militar da NATO e os interesses estratégicos do Capital.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Espectáculo gratuito para aumentar audiências e desviar a atenção do fundamental:
O que é que os líbios irão fazer agora com os seus problemas internos, e com a dívidas soberanas que investiram em países da NATO?
Para se ter uma ideia. Só em Portugal, 1300 milhões de euros na CGD. Se o CNT decidisse retirar a quantia hoje, criava um problema sério de liquidez naquele banco e por arrastamento, em Portugal. Tal como Saddam Hussein, era nos EUA onde a Líbia tinha as maiores aplicações financeiras. Perto de 30.000 milhões de euros. E distribuídos por empresas como a General Electric e outras. No mundo inteiro, calcula-se que houvesse cerca de 150.000 milhões de euros de dívida soberana ao estado Líbio, por outras palavras, ao clã Kadhaffi, já que este confundia-se com o Estado líbio.
Eu acredito que ambas as partes voltarão a renegociar esta dívida soberana, para permitir o perdão de uma parte significativa dela pelo CNT em troca de pagamento de favores à NATO e a reconstrução da líbia, ou então - cenário pior - o perdão total da mesma pelo CNT. Mas leiam também isto: http://www.guardian.co.uk/business/interactive/2011/may/26/banking-sovereignwealthfunds
Uma questão a seguir atentamente por estes tempos.
E quem disse que os opositoers são revolucionários como certas agências noticiosas continuam a pregoar? Adeptos da monarquia, militantes da Al-Qaeda, oportunistas da última hora, infiltrados dos serviços secretos do Ocidente? Revolucionários?
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