30 outubro 2011

A África do Sul de Malema (3)

"O caminho para cima e o caminho para baixo são um único caminho" (Heráclito)
"Abaixo o monopólio do capital pelos brancos.  As pessoas que estão a roubar as nossas riquezas devem vir ao palco." (canto de Malema numa marcha ocorrida em Pretoria, segundo o IOL News, aqui)
Prossigo a série.
A média e a grande burguesias ligadas ao Estado via ANC estão em constante ampliação e ganharam poder económico, mas o domínio financeiro continua largamente a pertencer aos descendentes do sistema capitalista do apartheid e das corporações. Querem estes mantê-lo economicamente, querem aquelas obtê-lo politicamente. A chave da história política das elites sul-africanas habita nesse rosto conflitual de Janus.
Foto reproduzida daqui. Recorde esta postagem aqui.
(continua)

4 comentários:

Salvador Langa disse...

Sim, essa é a chave do problema central.

TaCuba disse...

As últimas ----
http://www.zimeye.org/?p=38628

Paulo disse...

O Hugo Chavez local.

ricardo disse...

Efectivamente. Uns trabalham para enriquecer. Outros politizam para florescer. Mas nos, ja sabemos como isso ira terminar. As cifras demograficas revelam que a RSA possui cerca de 50 milhoes de habitantes, sendo 79,3% negros. Destes, 5 milhoes sao imigrantes. Portanto, em teoria, 10 milhoes de sul-africanos sao nao negros. Contudo, esta e a mesma RSA que: "Segundo uma pesquisa para o período 1998-2000 elaborada pela Organização das Nações Unidas, a África do Sul foi classificada em segundo lugar em assassinatos e em primeiro para assaltos e violacoes per capita.As estatísticas oficiais mostram que 52 pessoas são assassinadas todos os dias na África do Sul. O número relatado de violacoes por ano é de 55.000 e estima-se que 500 mil violacoes são cometidas anualmente no país. O total de crimes per capita é o 10º entre os 60 países no conjunto de dados.
A violacao é um problema comum na África do Sul, em uma pesquisa de 2009 um em cada quatro homens sul-africanos admitiram ter violado alguém. Uma em cada três das 4.000 mulheres inquiridas pela Comunidade da Informação, Capacitação e Transparência disse que tinha sido violada no ano passado. A África do Sul tem uma das maiores incidências de estupros de crianças e bebes no mundo. Em um levantamento realizado entre 1.500 crianças escolares no township de Soweto, um quarto de todos os meninos entrevistados disseram que "jackrolling", um termo para violacao em grupo, era algo divertido.
A classe média do país busca segurança em condomínios fechados. Muitos emigrantes da África do Sul também afirmam que o crime foi um grande motivador para eles saírem do país. O crime contra a comunidade agrícola continua a ser um grande problema. Outro problema enfrentado pelo país é a forte desigualdade social e economica; as cidades sul-africanas Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni foram apontadas como as mais desiguais do mundo, segundo relatório da ONU divulgado em 2010. A África do Sul vem experimentando uma "fuga de cérebros" nos últimos 20 anos. Isso acreditado como potencialmente prejudicial para a economia regional,e é quase certamente prejudicial para o bem-estar da maioria das pessoas que dependem da infra-estrutura de saúde, tendo em conta a epidemia de HIV/AIDS. A fuga de cérebros na África do Sul tende a demonstrar contornos raciais (naturalmente, dado o legado de distribuição de competências da África do Sul) e tem, portanto, resultado em grandes comunidades de brancos sul-africanos no exterior."

Portanto, uns continuarao a enriquecer, trabalhando. Outros, continuarao a empobrecer, assassinando.