"A mutilação feminina não tem base cultural, tradicional ou religiosa. É um crime que exige justiça" - Waris Dirie
A antiga modelo somaliana Waris Dirie (na imagem) prossegue a luta contra a excisão feminina, que ela sofreu no deserto da Somália quando tinha poucos anos de vida. Criou, mesmo, uma fundação dedicada à luta, aqui. Confira também aqui, aqui e aqui. Sobre a excisão, consulte aqui e aqui.
Saiba que "Mais de 150 milhões de mulheres e meninas foram submetidas a mutilação genital feminina em todo o mundo. Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), cerca de três milhões de meninas se tornam vítimas dessa prática a cada ano."
Saiba que "Mais de 150 milhões de mulheres e meninas foram submetidas a mutilação genital feminina em todo o mundo. Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), cerca de três milhões de meninas se tornam vítimas dessa prática a cada ano."
Adenda: milhares de mulheres participam na excisão, participam nas estruturas de dominação que integram e avalizam a prática, participam no controlo ablactivo da sua própria sexualidade. Para dizer como o falecido sociólogo francês Pierre Bourdieu, interiorizaram e interiorizam as estruturas da dominação. Já agora, recorde a minha série com o título Das mulheres de Bourdieu às mulheres de Touraine, aqui.
17 comentários:
'E nessas situacoes que as "mamanas do empwerment" deviam trabalhar...
Afinal o emporwerment so serve pra gula propria ?
Como leão indomável, sempre entendi estes actos, "tradições", como crimes, crimes com todas as letras, toda a carga possível.
Revela barbaridade, e atraso social.
E estas "coisas" deviam preocupar mais os Africanos, os ditos genuínos.
Ficava-lhes bem.
Nota pessoal: A senhora é muito bonita, mesmo.
Louvores vão para Samora Machel que proibiu o uso destas práticas quer durante a luta armada quer depois da independãncia nacional. No norte do país, mais precisamente em Cabo Delgado e Nampula, haviam tribos locais, portanto, autóctenes, que praticavam estas "culturas".
Lembro-me de ouvir a minha professora Dra. Eulália Maximiano a dar umas achegas na UP em relação a este assunto e recomendou-nos, eu e os colegas, não indomáveis, que fossêmos ler Carlos Serra e Jorge Dias, que têm um trabalho notabílissimo sobre a cultura no centro e norte do país. Resultados:
Foram discussões acesas, porquanto uns defendiam que estas práticas dâo mais prazer ao homem no acto sexual, enquanto que outros, como eu, defendíamos o contrário, que é atentado às mulheres. Na Somália este negócio é altamente lucrativo.
Porém, porque sou exemplo disso, defendo a circuncisão masculina, que o diga o Karim.
Zicomo
Viriato,
'e pra eu dizer, o que ?
A circunsicao masculina e profilatica. Estando ate demonstrado que blinda melhor o corpo humano contra doencas sexualmente transmissiveis, como o HIV por exemplo.
Mas o fenomeno da excisao e real, ate nas areas urbanas em Mocambique. Registei um caso, que espero seja esporadico, de uma mulher que se converteu ao islamismo e que voluntariamente se sujeitou a essa sevicia. Era tradicao na familia do noivo as mulheres sujeitarem-se a essa pratica. A justificacao e conhecida e tem a ver com a libido feminina do que com higiene sexual. E o que mais me chocou foi o nivel de escolaridade da noiva: Curso superior!
Ironia do destino. Hoje e uma mulher divorciada e vive so.
Islam so defende circuncisao pelos motivos que o Ricardo aqui deu.
Essa outra pratica dessa outra mulher,... que se converteu... nao sei..., nao existe isso no Islam.
'E bom separar Islam, dessas praticas obscuras.
http://dossiers.publico.clix.pt/dossier.aspx?idCanal=967
...Nao, No Islam nao existe isso.
Se estao a praticar numa mesquita, nao esta certo.
Devem prender os criminosos, o Islam 'e contra esses que "se dizem muculmanos" e praticam esses actos. sao os que usam a fe, para justificar os seus actos. vendem a religiao a vil preco. esta escrito.
Melhor 'e prender, e nao se preocupar com se 'e religiao ou nao. Vao pra cadeia, e depois la aprendem melhor a religiao. cadeia faz bem a esses malandros. E Deus tambem ha-de gostar.
Estamos todos de acordo, pela primeira vez. Deve haver brinde, não achas Karim?
Karim tu não te identificas com estas práticas, mas não podes dizer o mesmo em relação aquilo que temos assistido no Iraque, Irão, Palestina, Israel, etc. O islão permite que gente inocente seja morta em nome de Ala? Ou de Mafome, digo, Maomé? Explica lá bem isso.
Curioso também é ver um Karim diplomático, senão vejamos. Nunca condenas aos indomáveis pela situação actual nesses e noutros países. Porquê? Que saiba, o islão condena!!!
Zicomo
Viriato,
O termo certo "daqueles" que vendem a religiao a vil preco 'e incredulos.
e os que fazem o Bem sao os os Virtuosos.
" Os fieis, os judeus, os sabeus e os cristaos, que creem em Deus, no Dia do Juizo Final e praticam o bem, nao serao presas do temor, nem se atribularao."- Al Qur"an 5 surata Al Maida.Versiculo 69.
Este acto, é rejeitado pela civilizaçao Ocidental, e não só, alguns países europeus, norte da Europa, já existe legislação que condena este acto.
É contra os direitos Humanos.
Conheci uma mulher que me contou sobre a circuncisão feminina. Dizia ela que alguns homens pensam que a circuncisão faz com que a mulher fique em casa e não tenha aquelas "sem vergonhices" do prazer.
Pois o que ela dizia é que a mulher nesse estado, sem o clitóris fica uma "selvagem" que não sente prazer com ninguém e acha que a culpa é do homem com que está e se for procurar outro a coisa pode melhorar. Ai, as mulheres são muito mais susceptíveis à traição, porque acham que quem não é capaz de as satisfazer é o homem com quem estão e se procurarem outro a coisa pode melhorar.
Isto para dizer que a ablação do clitóris não ajuda nem o homem e muito menos a mulher. É um engano.
Infelizmente há muitas mulheres que acreditam nestes "bons costumes" e que levam elas mesmas as suas filhas para este suplicio. Pois muita pena porque muitas meninas morrem depois destes actos por dessangramento, ou por outras doenças porque estas coisas são feitas geralmente em condições higiénicas horríveis. E outras... estão condenadas a viver uma vida SEM VIDA...
Pois então lutemos todos contra estas porcarias... que de cultura não têm absolutamente nada! São pura selvajaria!.
MF
Numa só palavra: CRUELDADE
Quando por todo o mundo se enfatiza cada vez mais a importância da mulher na família e na sociedade, esta prática hedionda tem de acabar.
Nós mulheres estamos fartas de conversa fiada sobre a nossa importância e valor.QUEREMOS que os senhores deste mundo passem à acção.JÁ!
Comecem por acabar com esta barbárie.Depois pensem na educação na saaaúde, na habitação......
Um Ser Humano Educado, Instruído, culto e com Sáude, não permite uma barbaridade destas!
Para além dos "ditos valores culturais ou até religiosos", a ignorância!.. manter as pessoas na ingnorancia, é outra barbaridade!
É o que tenho dito, espero um dia editar algo sobre o meu ponto de vista com relação aos hábitos, custumes, tradições e práticas africanas. Não precisamos de diabolizar as práticas e praticantes do que consideram culturas em áfrica mas sim mostrar o que há de desvantagem nas práticas e o que pode substituir em jeito de modernidade.
O Problema é que os civilizados, querem mutilar a cultura africana e o que trazem como modernidade não tem nada de eficácia!
É preciso fazer comprender que o prazer sexual não direiro exclusivo do homem mas sim de âmbos (homem e mulher) e o acto sexual só faz sentido partilhado de forma recíproca portanto isso é uma prática a abulir porque não há naturalmente vantagem nenhuma nisso.
Pensa comigo
Para desencorajar a prática da excisão feminina em Mocambique, devia-se incriminá-la. Segundo um mapa da antropóloga norueguesa Aud Talle, que estudou a excisão feminina, Moçambique e a maior parte dos países da África Austral, não a praticam, pelo menos não como cultura. O problema é que temos imigrantes que a praticam e devem estar a influenciar pouco a pouco.
Eu me vergo perante a coragem desta mulher que tem enfrentado meio mundo, tem sido ameaçada de morte e continua a lutar contra esta pratica aberrante!
Força Warris! Há muitos homens contigo!
MF
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