19 abril 2010

RM: debate sobre tráfico de seres humanos


Através do seu programa Linha Directa, a Rádio Moçambique realiza no próximo sábado, entre as 9 e as 11 horas, um debate sobre tráfico de seres humanos (editor: jornalista Gabriel Mussavele), no qual estarei presente, acompanhado pelo Carlos Chefo, hoje mestrado em Estudos Africanos e que em 2005 foi um dos meus assistentes numa pesquisa sobre tráfico de menores em Moçambique (capa do livro em epígrafe). Leitor: oiça a Rádio Moçambique e participe.
Adenda às 15:54: a psicóloga Mabel Serra descreve e analisa nesse livro os traumas das jovens enredadas no tráfico sexual, com estudos de caso em Maputo e Mpumalanga (África do Sul).

10 comentários:

beijo de mulata disse...

Mais uma vez muito obrigado pelo seu activismo e por utilizar o seu dom da palavra so serviço do povo moçambicano. Boa sorte. O livro vai ser editado em Portugal?

Mausse disse...

Prof Serra,

M uma vez nos brinda com um tema tao complexo e que exige uma acçao concreta de todos nos.

Que o trafico de mulhres existe é ja um facto. A Lei que tanto fazia falta tb, porém o metodo de combate a este tipo de crime continua qto a mim muito longe de ser atingido ora vejamos.

A Semanas foi reportado neste blog um caso que parecia ter tudo para levar os criminosos a barra dos tribunais m que por qualquer razao que Eu CIDADAO comum desconheco os supostos criminosos foram soltos por ordem do Juiz de instrucao criminal.

sendo que sem concentracao de esforcos tanto da Policia, tribunais e socidade civil continuaremos a escrever, denunciar m na verdade nada mudara.

Carlos Serra disse...

O livro foi editado em 2006, mas exclusivamente para distribuição gratuita a cargo de algumas ONGs e do Centro de Estudos Africanos.

Joaquim Chau disse...

É um tema bastante sensivel e complexo. como diz o Mausse, exige uma accao concreta de todos nós! Convido a todos a lerem o livro "Tatá Papa,tatá mama"do professor Carlos Serra, que vem retratado neste post.
Alguns cenários que nos deparamos hoje e que amanha sucederao estao evidenciados no livro. E agora, que nos falta???

Joaquim Chau

beijo de mulata disse...

Obrigada pelo esclarecimento. Estive em Nampula em 2004 a fazer voluntariado como médica e apanhei o rescaldo imediato dos raptos de crianças e adolescentes. Dizia-se que para tráfico de órgãos. A dor silenciosa daqueles pais e familiares era impressionante...

ricardo disse...

Quem sai aos seus nao degenera. Tenho acompanhado o trabalho interessante que a dra. Mabel tem vindo a fazer no atendimento de problemas comportamentais e aprendizagem no CERPIJ, pelo que a sua contribuicao certamente reflectira a sua qualidade profissional.

beijo de mulata disse...

Uma pergunta sobre algo que nunca compreendi verdadeiramente: quando se fala em rapto para tráfico de órgãos o que vem imediatamente à mente dos europeus é que os órgãos se destinam a transplantes. Nunca nos passa pela cabeça que sejam para práticas de feitiçaria e afins. Mas não acredito que exista em Moçambique a tecnologia e a mão de obra altamente qualificada necessária para a colheita e conservação de órgãos para transplante. E acresce o facto de os órgãos terem tempos de vida extremamente limitados e teriam de ser transportados em menos de quatro horas até serem transplantados no receptor. O que me diz?
Obrigada.

ricardo disse...

Bem depende como se coloca a questao. Por vezes, pessoas sao assassinadas e seus orgaos retirados. Nesses casos, a feiticaria parece ser a explicacao mais plausivel. Outras vezes, pessoas sao transportadas alem fronteiras com promessa de trabalho e chegadas aos destino (normalmente RSA) sao sujeitas a varias situacoes: assassinadas e seus orgaos traficados; recebem propostas milionarias para transplantar seus orgaos a troco de dinheiro, ou entao, deslocam-se em tratamento medico sem medical aid, sujeitando-se a um "transplante" indesejavel em clinicas semi-clandestinas na RSA (tambem ja as ha). Ha de tudo...

Carlos Serra disse...

Há alguns anos atrás gerou-se uma severa psicose (com repercussões internacionais)em Nampula na esteira de afirmações de uma freira sobre tráfico de órgãos. Era apenas psicose. A medicina legal mostrou claramente que nenhum órgão foi retirado do corpos supostamente mutilados que habitavam a histeria da freira. Que trabalheira, desenterrar os corpos! O livro cuja capa exibo fala dessa psicose. Gente vária tinha a ideia de que um coração (por exemplo)podia ser guardado numa latinha e depois enviado para o exterior...Mas o livro mostra evidências de órgãos extraídos para operações mágicas. E mostra, claro, outra coisas.

beijo de mulata disse...

Mas eu sei que houve mortes e raptos nessa altura. Conheci pais de crianças raptadas, pelo menos. Não cheguei a conhecer a freira porque já tinha tido guia de marcha para o Brasil e acredito que alguns factos fossem fantasia dela. Em todo o caso parabéns pelo seu livro. Gostaria de o ler. Se alguma ver for reeditado tem pelo menos um comprados potencial.
Obrigada mais uma vez.