15 abril 2010

A propósito dos curandeiros


A conferir no "Diário da Zambézia" de hoje, aqui.
Observação: na era colonial, muitos administradores portugueses faziam o mesmo tipo de crítica. O problema é que os curandeiros são apenas oficiantes de uma crença, não os seus criadores. Muitos dos nossos chefes, das nossas estruturas, têm uma sólida crença na eficácia das forças do invisível, na vitalidade dos espíritos, na acção do mukwhiri (no caso da Zambézia), na necessidade dos curandeiros. Mais: atacar os curandeiros representa, quase sempre, promover a ampliação da crença, por mais que, publicamente, as pessoas pareçam estar de acordo com o ataque.

5 comentários:

Torres disse...

Professor,
Nao sei que poderes o Conselho de Ministros tem para intervir ou sancionar a aprovacao de um determinado curso.
Mas seria interessante, a semelhanca da moratoria imposta a abertura de mais universidades e instituicoes de ensino superior, que houvesse algo semelhante relativamente a abertura de cursos superiores, em especial os de pos-graduacao. Porque assim nao da!
Mestrado e Doutorado sao niveis essencialmente academicos, dai que a tonica nesses niveis e a pesquisa, inovacao e publicacao.
Do jeito que os cursos vao aparecendo como formigas (empresto o termo do Professor Serra, nesta postagem) ha risco de se descredibilizar os diplomas obtidos em Mocambique. Criemos condicoes e depois avancemos gradualmente para esses niveis.
Correr nao e chegar.

Agora, ha algumas coisas:
1. Em Mocambique o salario do aparelho de Estado e em funcao do nivel academico. Julgo que isso inflacciona o mercado dos diplomas. Devemos pagar em funcao do resultado do trabalho, para dizer que alguem com 10 classe, competente, deveria ganhar tanto quanto um tecnico com licenciatura, por exemplo, desde que trabalhasse e produzisse.
2. Por consequencia, em Mocambique todo o mundo gosta de ser chamado de "doutor", coisa que nao devia. Porque nao regulamentar o uso de titulos academicos? Ao licenciado deveria se chamar "Lic. X ou Y" e nunca "doutor" com "d" minisculo (salvo certos casos, como medicos e juizes). Ao bacharel, idem. Ao mestre, tambem, ficando o termo "doutor" restrito aos que possuam doutoramentos, tanto profissionais como os de pesquisa.
Portanto, ha muitos factores que estao por detras deste formigueiro de cursos superiores.
Podem adicionar mais provaveis causas? (ou rebaterem as duas que apontei).
Obrigado.

Carlos Serra disse...

Creio que o comentário foi colocado aqui por lapso e deve, antes, estar na postagem sobre os cursos da UCM.

Anónimo disse...

Professor tenho ignorado continuamente os artigos que debrucam sobre os apetites, mas decidi quebrar o silencio para dizer que tenho impressao de que o senhor Itai Meque esta subempregado e precisa de um job descriptrion bem claro sobre o que sao suas competencias, acho tambem que nossos impostos sao mal aplicados com orgaos improdutivos e isto eh uma ofensa para cidadao que acorda todos os dias produz e paga imposto.

Maxango

V. Dias disse...

"Mais: atacar os curandeiros representa, quase sempre, promover a ampliação da crença, por mais que, publicamente, as pessoas pareçam estar de acordo com o ataque."

Disse tudo.

Zicomo

Anónimo disse...

Professor tenho ignorado continuamente os artigos que debrucam sobre os apetites pessoais do senhor Itai Meque, mas decidi quebrar o silencio para dizer que tenho impressao de que o senhor Itai Meque esta subempregado e precisa de um job descriptrion bem claro sobre o que sao suas competencias, acho tambem que nossos impostos sao mal aplicados com orgaos improdutivos e isto eh uma ofensa para cidadao que acorda todos os dias produz e paga imposto.

Nota: ao postar o primeiro comentario por lapso houve uma passagem omitida vide o comentario na integra
Maxango