17 abril 2010

A "hora do fecho" no "Savana"

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:

10 comentários:

Linette Olofsson disse...

Recordo-me do protesto das Mulheres Zimbawenas a sensivelmente 3 anos atrás em Harare.
Elas, foram mais longe!

Os políticos têm que começar a preocupar-se com estes sinais.
Novos fenómenos na nossa sociedade tradicional

O Povo é quem mais ordena

Reflectindo disse...

Depois não julguem os mocambicanos de passivos e conformados. Podem ser pacíficos mas não passivos.
Os mocambicanos, sobretudo protestam todos os dias contra tudo o que eles não concordam. Fizeram isso e efectivamente no tempo colonial. Continuam o fazendo no pós-independência. Entretanto, mal são compreendidos pelos dirigentes ou governantes do Moçambique independente porque na sua maioria é apenas uma substituição dos dirigentes e governantes do regime colonial. A maneira de dirigir ou governar é quase a mesma (colonial) e há risco que as lutas pela inependência das colónias tenham ajudado a democratizar Portugal do que os países que se tornariam independentes.

Lembro-me dum amigo meu ou pelo menos ex-colega (ele já há muito foge a minha amizade por eu lhe criticar) chegou a ser administrador dum distrito e mandou chamboquear seu próprio irmão para além de ter instaurado uma ordem contra adultério que violava a Constituição da República e os usos e costumes locais... governar a estílo colonial e ainda bem que Alice Mabota da LDH tenha questionado a prerrogativa dos administradores em questões judiciais.
Há dez anos atrás li uma crónica duma sueca que trabalhou no instituto de ciências da saúde em Maputo e que observou com muita atenção a humilhação a que um técnico informático de alta qualidade em questões bibliotecários foi sujeito pelo director pedagógico. Ademais, a sueca observava com atenção a reacção do técnico que em frente do seu chefe ditador que o humilhava vezes sem conta. A sueca perguntou ao técnico do que pensava da atitude do seu chefe. A resposta do técnico foi de que ele se sentia humilhado e sobretudo inibido de aplicar os seus talentos, de produzir mais em benefício de todas as instituições da saúde, porém, ele era africano e historicamente sabia de como se protesta efectivamente contra o tipo de chefes – PACIFICAMENTE. Ele disse à sueca que ela devia saber que os moçambicanos haviam sido colonizados por centenas de anos e durante esse tempo todo eles protestaram contra a opressão. Depois da independência, os novos chefes também oprimiam e a maneira de protestar contra os opressores continuou.

Por exemplo, será que realmente abstenção eleitoral não é protesto? A proliferação de partidos políticos não é um protesto?

Meus compatriotas, a bajulação pode até ser uma maneira de protestar pacificamente. Aposto a cada um que no dia em que alguém abandonar epítetos como ser-se chamado por Sr. Dr, Excelência, Excelendíssimo, etc, saberá muita coisa do que vem na alma dos moçambicanos.

No dia que um partido da oposicão procurar um apoio do povo mocambicano veremos mais.

Abdul Karim disse...

Linette,

Fala la com Ricardo, Please,

Ele ha de te ouvir,

Prendeu-me aqui, Preciso de sair,

Mas quando ele cantar pra ti,

Nao aceita,

Vou cantar Shashi Kapoor,

Tera mujse he pehle kanata koi,
yun hin nahim dil rubata koi,
jane tuuuuuuuuuuuuuuu,
ya jane naaaaaaaaaaaaaa,

Please,

V. Dias disse...

Como diz um chamuale auto-proclamado "indomável" "visto", passa!

Zicomo

PS: A RM online está fora de ar, estou a perder ouvir o relato (que é diferente estar no campo ou ver a televisão), aqueles profissionais da RM são o máximo. Disse um há anos idos, cito "os dois treinadores das duas equipas comprimentam-se com o dedo polegar".

Unknown disse...

Parece que o Karim e o Ricardo estao de costas voltadas. E isso?
Seria bom que os dois fizessem as pazes. Sem os vossos comentarios, os do Viriato, os da Linette, os do Reflectindo, as indirectas do UmBhalane, do Conde das Arabias, do Queiface, enfim, sem os comentarios de todo o mundo, este blogue nao seria o que e hoje, o melhor blogue da nossa praca.
Facam as pazes. Nem sempre concordamos com as ideias dos outros, mas todos somos por uma troca salutar de opinioes.
Eu gosto da linha de comentario de todos os que se apresentam neste blogue. Tenho aprendido muito!
As criticas a Frelimo, a Renamo, ao MDM, aos outros, as criticas ao Governo, a oposicao, a Policia, aos Tribunais, a PGR, ao CC, a CNE, e para que melhorem o seu desempenho em prol do pais. Ninguem e inimigo de ninguem. Somos todos mocambicanos e queremos o melhor para o pais.
Mesmo os estrangeiros que tem comentado, fazem-no para que melhoremos o nosso desempenho.
Continuemos a trocar opinioes neste blogue do Professor Carlos Serra.

ricardo disse...

Reflectindo,

Voce sabe muito bem que os mocambicanos sao um povo muito questionador. De todas as situacoes.

So tem um problema. Ao contrario dos demais povos, falam sempre calados (ou pelos blogs).

Raramente materializam seus sentimentos com actos concretos. E quando o fazem, afinam pelo caos (5 de Fevereiro).

Outro aspecto, Mocambique e um pais, mas ainda nao e um estado-nacao.

"...Por exemplo, será que realmente abstenção eleitoral não é protesto? A proliferação de partidos políticos não é um protesto?..."

Claro que e!

Abdul Karim disse...

Mantenho,

1- os racistas estao identificados e tem pouco espaco de manobra ?

2- HIV 'e suficientemente relevante para a mudanca politica de africa ?

3- Serao necessarios mais mortos africanos para que os actuais governos africanos admitam que falharam ?

4- O Povo deve emitir a sua opiniao como ?

5- o que sao Patriotas ?

Tomás Queface disse...

E se Moçambique fosse dividido em estados, na qual cada um tenha a obrigação de ser auto-sustentavel e dependente de si próprio, em que os políticos tinham de ser locais e escolhidos pelos respectivos estados. Isto para evitar o centro das decisoes esteja nas mãos dos ministros e de governadores que não conhecem nada acerca dos lugares e dos povos a quem governam.

ricardo disse...

Sr. Queface

Para haver estados, e necessario que haja uma federacao. Por isso, sugiro que explore o caso Nigeriano tambem.

umBhalane disse...

Sr. Tomas Queface

Ainda que mal pergunte, e com o devido respeito - o Sr. sabe qual é a maior Nação Negra do mundo?

Cumprimentos