17 abril 2010

Desnutrição crónica nas crianças em Moçambique



Confira aqui. Se quiser ampliar o texto da imagem, clique sobre ele com o lado esquerdo do rato.

11 comentários:

ricardo disse...

Fala-se de Mocambique no geral, mas seria possivel estratificar por:

a) populacao rural vs urbana?

b) regioes norte vs centro?

c) regioes norte vs sul?

d) regioes sul vs centro?

Creio que se chegaria a conclusoes mais interessantes...

ricardo disse...

Ressalva:

Bem, nao havia reparado no documento anexo. Com efeito as minhas questoes sao la respondidas, mas nao de maneira exaustiva e muito menos explicita. Continuarei com a minha leitura...

ricardo disse...

"...Geralmente os meses mais críticos em termos de segurança alimentar são os meses de Outubro, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro..."

Elementar, meses de maior consumo do Cidadao tambem em virtude de modismos: festividades, impostos, escola e, geralmente, aumento do Combustivel. Um excelente exercicio para os planificadores do pais saberem dosear melhor a "dolorosa" aos cidadaos ao longo do ano.

"...O Ministério da Saúde calculou que, desde vários anos, o salário mínimo não é suficiente para adquirir a cesta básica de alimentos..."

Pois claro, porque a questao nao e salarial. E uma envolvente socio-economica.

"...Na zona Sul: houve aumento do custo da cestas básica em Gaza nos distritos de Chókwé (12%), Mabalane (7%) e Chicualacuala (6%), e na Província de Maputo em Magude (9%), devido principalmente a subida de preços de farinha de milho, feijão e amendoim..."

Estamos a falar de um dos celeiros da Nacao em 1975 (CAIL), ate agora, aposta nos bio-combustiveis, uma mono-cultura. E de uma das zonas mais propensas ao gado bovino de Mocambique, com via ferrea, mas que se transformou numa vila fantasma de “mukheristas” ocasionais.

"...Na zona Centro: o custo subiu no Búzi em 12% e em Manica em 9%, situando-se acima dos 3.000 Mts/mês. Para o caso de Manica, a procura de produtos básicos pelos Zimbabweanos através da fronteira de Machipanda-Mutare é um dos factores que contribui em certa medida para a subida de preços, a todos níveis desde o produtor até ao consumidor de alguns produtos..."

A Lei da Oferta e Procura "urbanamente" aplicada no meio rural. Desafio alguem a provar que sao os CAMPONESES e nao INTERMEDIARIOS vindos da cidade quem controla este circuito comercial!
Aqui tambem se repete o problema da mono-cultura, porque areas agricolas, frutiferas, pecuarias, foram “substituidas” por mono-culturas “rentaveis” como o tabaco e bio-combustiveis.
Quanto a zona norte, e pena que os pesquisadores nao tenham tambem citado alguma conclusao, pois concerteza, os factores acima estaria presentes. Gostaria particularmente de saber mais da Zambezia, provincia que se transformou num novo “Wild Wild West” mocambicano.

“....Um estudo na vulnerabilidade urbana nas cidades de Maputo e Matola9 não encontrou uma situação evidente de vulnerabilidade alimentar, mas também ficou evidente que existem grupos que estão a atingir os limites da vulnerabilidade séria...”

O estudo peca por nao ter ido mais a fundo nesta questao. Sobretudo, comparar estas bolsas de ma-nutricao com as demais da zona rural distribuidas geograficamente pelo Pais. Tenho uma forte conviccao que obteriamos respostas surpreendentes.


Disse

ricardo disse...

Indo directo ao assunto. Este e mais um daqueles estudos capaz de dar emprego a qualquer um. Basta um " COPY & PASTE" do documento anterior, que a realidade exposta nao estara longe da verdade.

Consequencia primaria de alguns factores estruturais, como a migracao forcada campo-cidade, derivada da:

a) Guerra;
b) Primazia da monocultura agricola colide com plano de seguranca alimentar;
c) Agressao ambiental impune e recorrente;
d) Vias de comunicacao deficitarias ou inexistentes;
e) Armazenamento deficitario ou inexistente;

E tambem, factores causa-efeito socio-economicos:

A "Urbanizacao" do campo -> descaracterizacao permanente da cultura de subsistencia do Campo;

A "Ruralizacao" das cidades ->
inadaptacao cronica a cultura de competetividade da Cidade.

"...Moçambique é propenso a desastres naturais causando enormes danos humanos e retrocessos económicos. As secas recorrentes, particularmente nas zonas semi-áridas, resultam em insegurança alimentar e nutricional nas zonas afectadas. Com cerca de 66% da população vivendo nas zonas rurais e uma economia predominantemente baseada na agricultura de sequeiro, as variações climáticas recorrentes têm um grande impacto..."

Mas sempre assim foi. E no entanto, em outros tempos, a seguranca alimentar era boa.

"...O consumo de proteína animal (carne, ovos, leite) ainda é muito baixa em todo o país..."

E os japoneses e outros asiaticos no geral? Que comem menos carne do que nos, sao mais desnutridos?
.../...

Abdul Karim disse...

Voces falam muito, Mano Ricardo,

Ate uma pessoa cansar de ler,

Chegaaaaaaaaaaaa!!

Ja nao consigo ler mais................

V. Dias disse...

"Voces falam muito, Mano Ricardo,

Ate uma pessoa cansar de ler,

Chegaaaaaaaaaaaa!" (Karim).

Disse tudo, zás!

PS: Ricardo, escreva artigos.

ricardo disse...

Tambem escrevo artigos, mas para muitos leitores. E nao para dois...

O que tem a dizer a proposito deste post?

Obrigado,

Abdul Karim disse...

Mantenho,

1- os racistas estao identificados e tem pouco espaco de manobra ?

2- HIV 'e suficientemente relevante para a mudanca politica de africa ?

3- Serao necessarios mais mortos africanos para que os actuais governos africanos admitam que falharam ?

4- O Povo deve emitir a sua opiniao como ?

5- o que sao Patriotas ?

V disse...

Heheheheh, mas que granda ironia?

Karim, reage, lá!

Queres que eu te ajude a interpretar esta alegoria, como dizia o meu professor de Arte, "viriato, faça a iconografia e iconologia do texto, da imagem, etc...?" Ou percebeste?

Bom fonal de semana chamuale Ricardo Jamu.

Zicomo

ricardo disse...

De tanto tocar, o disco parte-se...

http://www.psiquiatriaforense.com.br/site_novo/?pg=links&link=psicopatologia

Preservacao-ideativa. Freud explica.

Mas o Professor vai adorar ler uma coisa destas:

http://cedes.iuperj.br/banco%20artigos/Interpreta%E7%F5es%20do%20Brasil/organizacaointelectuais9.pdf

Dava outro excelente livro da V. lavra, nao e?

Anónimo disse...

A propósito desta entrada, gostaria de referir uma dificuldade que sinto existir com os termos ,"má-nutrição"/"malnutrição"(este muito frequente entre nós),"desnutrição", e "subnutrição". Todos estes termos estão a ser usados como tradução de "malnutrition" em textos oficiais de organizações diversas em Moçambique, onde também surgem como equivalentes de "undernutrition" e "subnutrition".
Face às diversas opiniões existentes, acho que seria necessário as muitas entidades que lidam com nutrição no país chegarem a consenso sobre a definição desses conceitos e sua relação com os termos ingleses.

Reforçando o que já uma vez referi num encontro sobre nutrição e HIV que teve lugar em Maputo, propunha que o mesmo exercício fosse feito para os termos "stunting" e "wasting", que continuam a registar diversas traduções, digamos assim, oficiais.

Fátima Ribeiro