13 maio 2009

Futebol: ópio do povo (Simango Júnior)


"Como todos sabem, o futebol tem sido o ópio do povo" - afirmou Alberto Simango Júnior, presidente da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), por ocasião da cerimónia hoje realizada de um acordo entre a Kudumba Investimentos e a LMF, pelo qual esta última receberá 50 mil USD durante 12 meses (Rádio Desporto, Rádio Moçambique, 19 horas). Foto colhida no Estádio da Machava na cidade de Maputo e reproduzida daqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Para quê mais palavras? RELEIAM!
SAVANA – 15.12.2006

As ligações da Kudumba com o Partido Frelimo

A Kudumba, investimento Lda, foi constituída em Outubro de 2004, possuindo um capital social avaliado em um bilião de meticais.

Dela não se conhece nenhuma experiência na gestão de "scanners", muito menos de algo que tenha a ver com as Alfândegas.

Ganhou um alegado concurso público internacional para gestão dos polémicos "scanners", numa operação cujos contornos não são de domínio público.

Chassan Ali Ahmad, de origem libanesa e descrito pela imprensa angolana como persona non grata naquele país, é o accionista maioritáro com 40 por cento das acções, contra 35 por cento da SPI, Gestão e Investimentos, uma holding que gere os negócios do partido Frelimo.

Chassan Ahmad, homem forte da Kudumba, é também sócio na Home Center com João Américo Mpfumo, um general do exército na reserva, com ligações em muitas áreas empresarias, sobretudo no ramo dos transportes.

A Frelimo aburguesou-se exponencialmente desde o fim das pretensões socialistas nos meados dos anos 80, e intensificou o seu poder económico logo após o Acordo Geral de Paz, com uma estratégia aquisitiva centrada na privatização das antigas empresas estatais.

Alguns dos seus importantes quadros reuniram-se em consórcios empresariais, tomando conta das empresas recém privatizadas.

A SPI tem também interesses empresariais diversos, destacando-se a Emotel, que é, por sua vez, sócia da Vodacom, o segundo operador de telefones móveis em Moçambique.

A Emotel, uma empresa de telecomunicações, é participada pela SPF-Sociedade de Participações Financeiras, onde um dos sócios é a Associação dos Antigos Combatentes da Luta de Libertação Nacional, conjuntamente com a SPI.

São variados os contornos do relacionamento do partido Frelimo em negócios, contornos que moldam, de uma forma particular, as práticas de financiamento político, as quais se confundem com trocas clientelares recíprocas, naquilo que desagua num complexo e intricado esquema de manipulação dos processos de aquisição de bens e serviços para as instituições públicas.

A título de exemplo, muitas das instituições públicas adquirem mobiliário na Home Center.

Outros sócios

Nas restantes acções da Kudumba, Momade Rafique Ismael Sidat detêm 20 por cento. Sidat está ligado à empresa gráfica, Académica.

Alima José aparece com cinco por cento. A Kudumba tem como objecto social o exercício da actividade de distribuição logística, comercialização, informação, exploração e, em geral, comércio a grosso e a retalho de todo e qualquer tipo de bens.

O desenvolvimento da actividade turística e eco-turística, incluindo a construção, exploração e gestão de hotéis e restaurantes são outros tipos de actividades onde esta firma está envolvida.

Contudo, há preocupações da parte dos agentes económicos que questionam sobre até que ponto haverá transparência na importação e/ou exportação de mercadorias, tendo em conta que a Kudumba, gestora dos "scanners", se dedica ao comércio geral, incluindo importações.

Todo o mobiliário vendido na Home Center é importado.

“Achamos que é anti-ético o facto de uma empresa que tem como vocação o comércio geral estar envolvida na gestão dos "scanners”, considera Kekobad Patel".