Vamos lá pegar num dos três temas anunciados na tarjeta rolante que estais a ver no topo deste diário. Terminou ontem a Conferência sobre Criminalidade e Sociedade: o respeito pela vida humana. Temas foram a criminalidade e as formas de a suster. Acontece, entretanto, que um colega meu me colocou hoje o seguinte problema: discutísteis entre vós, o ponto de vista foi o vosso. Mas por que razão não ouvísteis o ponto de vista do criminoso, daquele que era o vosso tema de reflexão? Fiquei siderado.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
Bem... em pesquisa, fezê-lo até tem as suas potencialidades heurísticas.
Temo no entanto (o que é reforçado pela sua reacção) que, no caso que refere, se tratará de uma daquelas "aberturas de espírito" que resultam de umas leituras apressadas sobre relativismo cultural, que são assimiladas como relativismo moral.
Podemos sempre responder, no entanto, que para parte da grande criminalidade isso já é feito. Acerca da corrupção, por exemplo, aquilo que ouvimos com mais frequência é o ponto de vista do corrupto.
PS: tenho andado a pensar naquele caso de linchamento de curandeiros na Matola, que reportou recentemente. Não o comentei ainda, porque cada vez me parece ter mais que se lhe diga. Avisarei quando o fizer.
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