17 março 2009

Mongincual: 12 reclusos morrem nas celas da polícia

Adenda 1: leia uma outra versão, em inglês, aqui.
Comentário: aqui parece termos uma reedição grave do que se passou a 10 de Novembro de 2000, quando uma centena de membros da Renamo morreu por asfixia na cadeia distrital de Montepuez.
Adenda 3: leia mais um texto, em inglês, aqui.

12 comentários:

Anónimo disse...

Recordemo nos dos 100 mortos na cadeia de montepuez apos as eleiçoes de 99. Pelas informações disponiveis, a maioria dos reclusos de mongincual são membros da renamo que foram acusados de serem os mentores da campanha de desinformação sobre a colera. Não tenho a certeza se foi em mongincual ou em angoche que alguns policias foram linchados. ACHO QUE O SEU LIVRO CÓLERA E CATARSE NÃO FOI LIDO OU SE O FOI NÃO FOI ENTENDIDO. POR OUTRO LADO, SEGUNDO SUAS PESQUISAS NA PROVINCIA DA ZAMBEZIA, JÁ NO SÉCULO 19 E PRINCIPIOS DO 20 QUANDO APARECIAM EPEDIMIAS DE DIVERSOS TIPOS ERA COMUM AS POPULAÇÕES PROCURAREM CULPADOS DENTRO DA COMUNIDADE A SEMELHANÇA DOS RECENTES 2 AMARRA CHUVAS ". De modo que é muito perigos partir para acusações sem fundamento e politizar a cólera.
P.S: Não sou membro nem simapatizante da Renamo, entenda-se.

Reflectindo disse...

Não sei o que isto virá a ser chamado. Imagino que isto não seja nadinha no meu país.

Anónimo disse...

Porque acontece e/ou como é possível ?

Simples: A infra-estrutura de base num Estado de Direito é a existência de um aparelho de Estado que assegure o cumprimento da Lei Mãe, a Constituição da República, que atribuie aos cidadãos direitos e deveres.

As nossas prisões deveriam ser locais onde os condenados cumprem penas e os indiciados de crimes aguardam julgamento em prisão preventiva, com direito a condições mínimas de dignidade.

Porém, a grande maioria não reúne tais condições, quer em espaço por utente, quer em condições de higiene, alimentação e programas para a reabilitação dos cadastrados visando a sua reintegração na sociedade após cumpridas as penas.

As nossas prisões são, em regra, "armazéns" em avançado estado de degradação, onde se amontoa o "lixo social", não sujeito a "reaproveitamento": entram lixo com condições de reciclagem, saem lixo inaproveitável.

É dramático já nos termos habituado a situações como esta, ao ponto de as interiorizarmos como "normais" ... face às "nossas insuficiências"... e não as classificarmos como um crime, a que o Estado, como garante da integridade física dos detidos, deve responder.

Dizem os psicólogos que, quando a anormalidade é excessiva, temos tendência a assumi-la como "normal".

Vamos ver o que nos dizem os resultados das autópsias.

AM

umBhalane disse...

Ele há coisas que me custam a entrar na cabeça.

Este acontecimento é execrável. Inadmissível.

O bom senso manda que uma cadeia quando está repleta, ademais com condições climatéricas adversas, NÃO se faça da cadeia, neste caso jaula, um chapa 100 em hora de ponta.

Será que todos os presos, neste caso, todas as vítimas mortais, precisariam estar presos?

Não poderiam ter sido apenas identificados e obrigados a apresentação no posto policial em períodos que se determinasse – creio que juridicamente se chama de detenção com termo de identidade e residência, ou algo análogo, conforme a linguagem adoptada por cada país.

Aproveitar o que de mais avançado há noutras partes do mundo não é ser “colonizado”, é ser inteligente.

Poupa-se muito dinheiro, trabalho, aligeiram-se os processos (priorizam-se), dignifica-se os cidadãos…

E evitam-se casos tristes, que nem estes.


Nota:

Conheço um País em que prendiam os putos que fumavam uns charros, suruma, juntamente com os piores bandidos da praça.

Resultado: enchiam demais as prisões, e os putos tiravam cursos acelerados e de grande qualidade para se tornarem, também, bons bandidos…

Também demoraram tempo a encontrar a solução (não se pode dizer descobrir, não é?).

Maquiti disse...

Triste situaação

M

Anónimo disse...

Nos tempos que já lá vão, as vilas e vilarejos deste pais nem sequer tinham prisoes, melhor, cadeias. Os poucos crimes que existiam do género pilha galinhas, eram resolvidos pelos régulos com castigos e trabalhos comunitários. Hoje por qualquer ofensa ou delito de infíma gravidade o destino é a cadeia onde o indiciado vegeta anos e anos agurdando julgamento por um crime passivel de ser covertido em multa ou no maximo 3 meses de detenção. Devido a estes factores as cadeias andam superlotadas e quando se misturam presos de delito comum com provaveis "presos politicos " acusados de desinformarem sobre a colera, a policia descarrega toda a sua raiva sobre eles. Quero crer que a Renamo, apesar do seu contestado dirigente, seus erros de estrategia e suas falhas, tem toda a razão quando alega ser a policia da republica uma policia partidarizada a favor da Frelimo. Quando é para prender membros da renamo por dá ca aquala palha, os meios não faltam, vamos a prender os membros da Frelimo acusados de extorsão , fraude eleitoral etc etc e nada acontece. Meus senhores , este tipo de intolerancia é que leva a situações como as da Guine Bissau, madagascar etc etc, Os nossos dirigentes , a começar pelo dirigente politico Edson macuacua devem moderar os seus pronunciamentos belicosos e que craiam a sensação de que todo aquele que pensa diferente é inimigo. A Proposito, jamais escutei o presidente da Republica na linguagem didactica que lhe é peculiar quando fala da pobreza e desenvolvimento a chamar a atençao aos servidores publicos e ao povo em geral para cultivar a paz, o espirito de tolerancia , a boa vivencia entanto que Moçambicanos entre os diferentes actores politicos do pais.Daí a policia cometer barabaridades contra adversarios politicos da Frelimo é um passo. A democracia ja era neste pais, o plano tenebroso traçado em 2004 surtiu efeito.

Joaqum Macanguisse disse...

Seja por asfixia ou por envenenamento ,isto vem carimbar o que o que o governo americano diz no seu relatório sobre direitos humanos em Moçambique .
Em casos desses a lei preconiza uma indemnização as famílias enlutadas dai que espero que o caso não seja tratado como foram as vitimas dos casos dos campos de reeducação. estou com o meu rádio ligado a espera do teatro que a ministra da justiça poderá trazer como justificação. A dias ela disse que o estado Moçambicano não executa ,mas também sabe se que actos protagonizados por elemento de estado em gozo das suas funções são da responsabilidade do mesmo estado podendo este a posterior estender a responsabilização individual.
Já mais o mundo quererá de volta replicas de Augusto José Ramón Pinochet Ugarte , Adolf Hitler, Idiamini Dada . ate que valia a pena esses homens porque nao se canfulavam , e o povo sabia que os tinha como inimigo e sabia como os fugir
POR FAVOR CHEGA DE MATAR EM NAMPULA E CABO DELGADO ,ESSAS NAO SAO AS UNICAS PROVINCIAS QUE AS TEMPERATURAS PASSAM A 37 GRAUS,
chamem o cloro de ouro ,prata ou mercúrio ou mesmo de hambúrguer para que as mesmas populações que não tiveram acesso a escola passam a consumir sem confundir com cólera.
activem as estruturas tradicionais sem mistura com interesses políticos ,ai pudera-se melhorar a comunicação com as zonas rurais.
Ao amigo Nuno Amorim mando lhe um forte abraço e um óptimo dia de trabalho

Meus pêsames a todas as famílias enlutadas

Anónimo disse...

linxados

Joaqum Macanguisse disse...

é essa deve ser a terceira vez a primeira foi em M’telela no Niassa quando por engano de um lado leos entraram na cadeia aonde estava a nata da intelectualidade moçambicana e de outro lado a floresta foi se queimando .

Anónimo disse...

ciao amico dall'italia

Anónimo disse...

Será que os culpados, a todos os níveis, por esta chacina estão dormindo em paz? Não lhes pesa este crime ? Amanha dirão que foi negligencia do comandante da cadeia de Liúpo , irá preso e responderá em juizo por isso. Tudo bem até aí, mas e depois? será que o comandante local é o unico rsponsavel? em paises democraticos o ministro do interior ja teria posto o cargo a disposição. Os medias estraiam em massa no longincuo distrito de mongincual tentando apurar a veracidade dos factos, entrvistando os familiares, indo a genése da questão para que de futuro casos iguais não se repitam. A situação em mongincual já era explosiva. Fome, cólera, malária, desavenças entre os membros da frelimo e Renamo, policia com actuação tendeciosa, etc. Os politicos e governantes nada fizeram para prevenir uma explosão. Quanto a nós foi uma soma de factores ignorados que descambaram nestas mortes, elas são uma consequencia. Nos inclinemos a memoria destes 12 compatriotas vítimas das vítimas e que Deus os tenha a sua guarda.

Reflectindo disse...

É exucucão sumária de presos políticos, sim. Estas coisas deviam ir para o tribunal próprio.