Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com a "A hora do fecho" desta semana:
* A auto-estima parece ter também começado a funcionar no Conselho de Ministros. Depois dos recados suiços e suecos, traduzidos em cortes cirúrgicos no Orçamento, o Governo, agastado com a publicidade que o assunto tem merecido, diz que os números vão aumentar, o que quer dizer indirectamente que as coroas e os francos não fazem grande falta. Era simpático também que o Governo mostrasse a mesma prontidão em mostrar serviço nas áreas que motivaram a irritação dos outros. Não por causa deles, mas por todos nós, que gostaríamos de saber se há ou não corruptos no país e na predação da coisa pública.
* David Aloni morreu no sábado, após uma reunião da Comissão Política da Renamo (sexta-feira), onde, dizem, travou uma acesa discussão com Afonso Dhlakama sobre os métodos usados para afastar Deviz Simango, no Chiveve. Nos elogios fúnebres, esta quarta-feira, a família Aloni ignorou completamente a Renamo, avolumando as especulações sobre as reais causas do ataque cardíaco.
* Aliás, na mesma reunião, Aloni foi indicado para gerir os fundos atribuídos para o Gabinete Eleitoral, outrora geridos de forma autocrática pelo próprio líder, como se de orçamento familiar se tratasse. Deve ter copiado dos taliban, no Afeganistão, nos tempos da aliança mundial anti-comunista.
* Dizem que há um baixinho feio do planalto de Mueda, que já foi, mas já não é, que ainda continua a mandar nas Forças Armadas, a partir de fora. Movimenta quadros como bem lhe apetece. As más línguas dizem que o controlo remoto é exercido sobre um sobrinho recentemente nomeado. É a política do kraal.
* É habitual, quando se tomam grandes decisões no batuque e na perdiz, recorrer-se ao estafado argumento das bases. Sempre ficamos a saber da vontade das bases através de enviados do topo, que no passado diziam repudiar o igualitarismo absoluto como populismo. Coincidência ou não, aparentemente os dois edis foram preteridos por brilharem mais do que os grandes chefes. Quem disse que não há culto da personalidade?
* O local onde nasceu o homem do “é ou não é?” vai ser elevado à categoria de património histórico, precisamente no dia em que nasceu. Foram precisos 22 anos após a sua morte para o Estado reconhecer o homem que proclamou a independência...
* Falando de Samora. O anúncio da homenagem foi feito pelo ministro da Educação e Cultura. O simpático ministro, no seu gabinete de trabalho, leu um documento que levava o timbre do partido Frelimo e não o do Estado moçambicano. Esse pequeno pormenor deixou a imprensa confusa, sem saber se o ministro falava em nome do Estado ou do partido. Para quem anda a gritar que não se toca batuque e nem se come maçaroca nas instituições estatais não é muito simpático o exemplo...
* Pelas bandas dos camaradas há mais uma vez nervosimo por causa dos terrenos. Dizem que vai ser mesmo a sério que quem tem terra e não faz nada corre o risco de ser expropriado. O que é uma chatice, porque não há tantos racistas boers para ficarem com os terrenos por troca de dinheirinho na conta ...
Em voz baixa
* Valia mesmo a pena tanto barulho para dar aos “rebeldes do grande rio” uma pena somada de 540 euros por causa da segurança de Estado abalada no BI de D. Lulu? E o recurso promete nova roda de gozo...
* David Aloni morreu no sábado, após uma reunião da Comissão Política da Renamo (sexta-feira), onde, dizem, travou uma acesa discussão com Afonso Dhlakama sobre os métodos usados para afastar Deviz Simango, no Chiveve. Nos elogios fúnebres, esta quarta-feira, a família Aloni ignorou completamente a Renamo, avolumando as especulações sobre as reais causas do ataque cardíaco.
* Aliás, na mesma reunião, Aloni foi indicado para gerir os fundos atribuídos para o Gabinete Eleitoral, outrora geridos de forma autocrática pelo próprio líder, como se de orçamento familiar se tratasse. Deve ter copiado dos taliban, no Afeganistão, nos tempos da aliança mundial anti-comunista.
* Dizem que há um baixinho feio do planalto de Mueda, que já foi, mas já não é, que ainda continua a mandar nas Forças Armadas, a partir de fora. Movimenta quadros como bem lhe apetece. As más línguas dizem que o controlo remoto é exercido sobre um sobrinho recentemente nomeado. É a política do kraal.
* É habitual, quando se tomam grandes decisões no batuque e na perdiz, recorrer-se ao estafado argumento das bases. Sempre ficamos a saber da vontade das bases através de enviados do topo, que no passado diziam repudiar o igualitarismo absoluto como populismo. Coincidência ou não, aparentemente os dois edis foram preteridos por brilharem mais do que os grandes chefes. Quem disse que não há culto da personalidade?
* O local onde nasceu o homem do “é ou não é?” vai ser elevado à categoria de património histórico, precisamente no dia em que nasceu. Foram precisos 22 anos após a sua morte para o Estado reconhecer o homem que proclamou a independência...
* Falando de Samora. O anúncio da homenagem foi feito pelo ministro da Educação e Cultura. O simpático ministro, no seu gabinete de trabalho, leu um documento que levava o timbre do partido Frelimo e não o do Estado moçambicano. Esse pequeno pormenor deixou a imprensa confusa, sem saber se o ministro falava em nome do Estado ou do partido. Para quem anda a gritar que não se toca batuque e nem se come maçaroca nas instituições estatais não é muito simpático o exemplo...
* Pelas bandas dos camaradas há mais uma vez nervosimo por causa dos terrenos. Dizem que vai ser mesmo a sério que quem tem terra e não faz nada corre o risco de ser expropriado. O que é uma chatice, porque não há tantos racistas boers para ficarem com os terrenos por troca de dinheirinho na conta ...
Em voz baixa
* Valia mesmo a pena tanto barulho para dar aos “rebeldes do grande rio” uma pena somada de 540 euros por causa da segurança de Estado abalada no BI de D. Lulu? E o recurso promete nova roda de gozo...
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