Permitam-me que à chalana do Almir, eu junte um poema meu que também fala de um rio (o meu eterno Zambeze) e possui uma almadia:
quando o fumo da queimada exaurida
culima o céu protector
quando a última almadia empresta ao rio
a silhueta da sua fragilidade
quando os patos encostam ao longe
o perto da sua história misteriosa e esguia
quando o cheiro doce e quente das plantas fluviais
abraça o canavial túrgido do fim da tarde
quando a noite chega enfim
inteira e quente e cacimbada e ávida
eu deito os teus seios nos meus sentidos
e assim começamos mais uma noite de amor
neste palhotar doce de que apenas são cúmplices
os grilos e os pirilampos que nos protegem
Carlos Serra
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
06 setembro 2008
Chalana - Almir Sater
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