Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
30 setembro 2008
Ataque às ATMs

Adenda: veja notícia mais desenvolvida na edição online do "Notícias" de amanhã, já disponível aqui.
Do poder político (13) (fim)

Jogos de futebol (dos quais vos falei no número anterior), espectáculos musicais de massa, comícios, paradas militares e exposição de poderio policial são, naturalmente, coisas diferentes.
Mas todos esses fenómenos possuem, em sua densidade sensorial, quinestésica, um mesmo fio condutor: um elevado coeficiente de amortecimento da consciência crítica. São, na verdade, analgésicos poderosos.
Nos comícios políticos, por exemplo, o fundamental não é o que está a ser dito, o que está a ser proposto, mas o espectáculo em si, a actuação espectacular do líder hipnotizante e carismático falando durante horas seguidas num culto profano. Em momentos eleitorais, o comício pode casar-se com o espectáculo musical, ampliando-se, desta maneira, o poder irradiador do soporífero.
As paradas militares e a exposição do poderio policial são outras manifestações nas quais o alerta e de intimidação aparecem transfigurados em espectáculo imponente, ritualizado. Uma cidade como São Paulo, por exemplo, é um documento excepcional de poderio policial transformado em espectáculo em si, com o seu roncante mundo motorizado de todos os tipos, com a impressionante panóplia de instrumentos punidores exibidos pelos polícias.
Todos esses exemplos de espectáculo nos quais Capital e Estado se dão mãos, são, afinal, como que uma mensagem sexualizante, compensatória, destinada a permitir um alto grau de prazer viril.
Nota: talvez regresse ao tema num destes dias.
Do poder político (12) (continua)

Em sua densidade sensorial, quinestésica, o espectáculo é como que o boom, como que o fecho da abóboda do amortecimento da consciência crítica. Julgo não estar distante da realidade se disser que (1) nada hoje escapa à indústria do espectáculo e (2) nada escapa à engenharia política do espectáculo. A segunda apanha boleia da primeira.
Jogos de futebol e shows musicais não são, em si, produtos políticos, não foram criados para servir interesses políticos. Uns e outros constituem dois pilares de libertação sensorial, de lazer dinâmico.
O futebol é uma das mais imponentes e mediáticas formas de religião profana da actualidade.
Com efeito, os campos de futebol são os reais sucedâneos dos templos de todos os tempos e regiões. Ir a um jogo de futebol é ir a uma missa pagã: rezamos ferverosamente, imploramos aos deuses (as modernas estrelas do futebol), partilhamos a empatia da presença através de múltiplas maneiras (as claques são o exemplo mais flagrante), esperamos que o sacerdote (o árbitro) seja convicente. E regularmente voltamos ao templo para revigorar a nossa fé e aí deixar as nossas preces generosas para que vença o nosso clube, o nosso deus colectivo. As nossas tristezas, as nossas fragilidades, os nossos medos, ficam reactivamente atenuados se as nossas equipas ganham. Se não ganham, sabemos que ganharão um dia. Uma fé inabalável, que a magia, boa ou má, dos treinadores e, no nosso caso, dos vovôs (os grandes curandeiros do ritual), alimenta em permanência.
Economia e a actual crise dos mercados

Empresários e negócios em Moçambique

Pois leia aqui os cabeçalhos do Africa Intelligence. Se quer ler em português, faça uso do tradutor google situado no lado direito deste diário.
29 setembro 2008
Seis líderes da Frelimo descritos em 1975

Que lógicas funcionam nas "cabeças" dos eleitores? (4) (continua)

Prossigo um pouco mais esta série.
Avaliação do governo - este o primeiro dos seis factores que, tal como vos propus, estão em jogo quando votamos.
Mas o que é governo? Aqui está uma pergunta cuja resposta provavelmente nada tem a ver com a imagem ao mesmo tempo múltipla e unificada que formamos e difundimos no conforto urbano dos nosssos gabinetes e dos nossos artigos de jornal.
Governo é uma coisa cujo significado pode variar localmente, regionalmente, péri-urbanamente, urbanamente, ruralmente.
Avaliação do governo - este o primeiro dos seis factores que, tal como vos propus, estão em jogo quando votamos.
Mas o que é governo? Aqui está uma pergunta cuja resposta provavelmente nada tem a ver com a imagem ao mesmo tempo múltipla e unificada que formamos e difundimos no conforto urbano dos nosssos gabinetes e dos nossos artigos de jornal.
Governo é uma coisa cujo significado pode variar localmente, regionalmente, péri-urbanamente, urbanamente, ruralmente.
Desdém versus racismo

Aproveito a oportunidade para recordar que publicarei nesse blogue textos que os leitores desejarem enviar-me.
Samora faria hoje 75 anos





O falecido presidente Samora Moisés Machel faria hoje 75 anos caso estivesse vivo. Segundo a Rádio Moçambique em noticiário de ontem, 19:30, Chilembene, onde nasceu, será considerado local histórico nacional. Obrigado à Paula Libombo pelo envio das fotos.
28 setembro 2008
BOBs2008: ponto de situação

Zimbabwe: a fórmula de Ngwenya

Num portal dedicado ao Zimbabwe, o colunista Rejoyce Ngwenya escreveu um artigo com o título "Zimbabwe: um dia na vida do Sr. Média", no qual afirmou que a sobrevivência no país apenas é possível com uma aventura darwineana, uma coragem cesarista e uma arrogância bonaparteana. E acrescento eu: o velho Marx escreveu um dia que a história se repete duas vezes: a primeira como drama, a segunda como farsa.
Salvado critica

Anonimato nos blogues

Entretanto, no que concerne ao anterior questionário - tendo as eleições presidenciais da segunda volta no Zimbabwe como tema -, houve 103 contribuições, com 18.4% de pessoas contra o não reconhecimento de Mugabe como presidente e 15.5% declarando que as eleições foram marcadas pela intimidação.
África do Sul: festa com a nova ministra da Saúde

Corrupção

Samir Amin e a "redução da pobreza"

Estado

27 setembro 2008
Os caminhos do saque segundo o "Savana"

26 setembro 2008
O que significa a detenção de Manhenje? (3) (continua)

Prossigo a série.
Na história pós-independência do nosso país, é a primeira vez que um ex-ministro, na circunstância Almerino Manhenje, é detido devido a um importante desvio de fundos num ministério. Antes dele, apenas o falecido Sebastião Mabote o fôra, em 1991, mas por uma razão diferente, a de suspeita de tentativa de golpe de Estado.
Num país como o nosso, onde vários trabalhos têem mostrado (1) uma profunda descrença nos órgãos do Estado (designadamente nos da justiça) e (2) uma profunda crença de que a justiça apenas atinge os mais pobres, o desencadeamento por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) de uma operação de grande envergadura que conduziu à detenção de nove indivíduos que nada têm de pobres, oito dos quais - incluindo um ex-ministro - por causa do desvio mais acima citado, ocorrido no Ministério do Interior, provocou, naturalmente, surpresa e admiração.
Creio que, de forma dispersa ou concentrada, de per si ou acopladas, visíveis ou escondidas nas entrelinhas, três hipóteses parecem emergir em diversos quadrantes para explicar o fenómeno tsunami da operação:
1. Pressão dos doadores, cansados de injectar dinheiro para o orçamento geral do Estado sem que a transparência de gestão dos fundos esteja devidamente acautelada.
2. Estratégia múltipla da Frelimo, vizinha das eleições e desejosa de nelas se apresentar de face lavada por inteiro com o fito de fazer o que fez o MPLA em Angola: eliminar por completo a oposição.
3. Luta inter-elites, com a actual elite reinante tendo como alvo uma parte da elite ligada ao ex-presidente Joaquim Chissano (repare-se na frequência com que o nome de Manhenje aparece associado ao de Chissano).
Uma hipótese muito menos considerada publicamente diz respeito ao possível esforço autónomo e genuíno da PGR no sentido de um combate declarado à corrupção.
Num país como o nosso, onde vários trabalhos têem mostrado (1) uma profunda descrença nos órgãos do Estado (designadamente nos da justiça) e (2) uma profunda crença de que a justiça apenas atinge os mais pobres, o desencadeamento por parte da Procuradoria-Geral da República (PGR) de uma operação de grande envergadura que conduziu à detenção de nove indivíduos que nada têm de pobres, oito dos quais - incluindo um ex-ministro - por causa do desvio mais acima citado, ocorrido no Ministério do Interior, provocou, naturalmente, surpresa e admiração.
Creio que, de forma dispersa ou concentrada, de per si ou acopladas, visíveis ou escondidas nas entrelinhas, três hipóteses parecem emergir em diversos quadrantes para explicar o fenómeno tsunami da operação:
1. Pressão dos doadores, cansados de injectar dinheiro para o orçamento geral do Estado sem que a transparência de gestão dos fundos esteja devidamente acautelada.
2. Estratégia múltipla da Frelimo, vizinha das eleições e desejosa de nelas se apresentar de face lavada por inteiro com o fito de fazer o que fez o MPLA em Angola: eliminar por completo a oposição.
3. Luta inter-elites, com a actual elite reinante tendo como alvo uma parte da elite ligada ao ex-presidente Joaquim Chissano (repare-se na frequência com que o nome de Manhenje aparece associado ao de Chissano).
Uma hipótese muito menos considerada publicamente diz respeito ao possível esforço autónomo e genuíno da PGR no sentido de um combate declarado à corrupção.
Veremos a continuidade da série, quando parece estar em jogo uma espécie de resamorização do Estado em período histórico muito distinto daquele em que Samora viveu, Samora que faria 75 anos no próximo dia 29 caso estivesse vivo.
A "hora do fecho" do "Savana"

* O piloto-aviador de quem se fala deve estar arrependido de não ter melhorado as condições prisionais quando ainda era ministro do Interior. A ver o Sol aos quadradinhos, Manhenje solicitou televisor, aquecedor para água, colchão e ventoinhas. Afinal não é só o Nini que tem direito a confortos celulares.
Portal do Conselho Constitucional

"Zambeze" vendido a preços de candonga

Canuma indeferiu pedidos de caução

25 setembro 2008
É Deviz sintoma de crise? (5) (continua)

Para chegar ao que chamei interesses muito precisos, as escolhas partidárias recaíram em Simango em Maputo pela Frelimo e em Pereira pela Renamo na Beira.
As crises de luta estratégica que levaram à queda de Comiche e de Deviz, tiveram sequências distintas: Comiche conformou-se com a disciplina partidária, Deviz foi contra ela e tornou-se independente. Ao tornar-se independente da tutela partidária, Deviz ampliou na Beira uma busca de autonomia que já tinha sido iniciada pelo antigo governador de Sofala, Francisco Masquil, ex-membro da Frelimo e da Renamo. Acontece que Deviz é agora apoiado por Masquil e pelo grupo por este criado faz alguns anos, Grupo de Reflexão e Mudança.
As crises de luta estratégica que levaram à queda de Comiche e de Deviz, tiveram sequências distintas: Comiche conformou-se com a disciplina partidária, Deviz foi contra ela e tornou-se independente. Ao tornar-se independente da tutela partidária, Deviz ampliou na Beira uma busca de autonomia que já tinha sido iniciada pelo antigo governador de Sofala, Francisco Masquil, ex-membro da Frelimo e da Renamo. Acontece que Deviz é agora apoiado por Masquil e pelo grupo por este criado faz alguns anos, Grupo de Reflexão e Mudança.
Mais de 200 empresas já entregaram dados à KPMG

Advogados falam dos seus constituintes

Uma das manchetes do "O País"
Essa uma das manchetes do semanário "O País" desta semana. Se quer ler o original da Transparência Internacional, faça-o aqui, na rubrica Sub-Saharan Africa. Clique com o lado esquerdo do rato sobre a imagem para a ampliar.
24 setembro 2008
"Zambeze" sumiu das ruas esta noite

Obama claramente à frente

Mussá e Colaço demissionários?

1.ª adenda: confirmado. Ambos se mantêem, porém, como membros do partido.
2.ª adenda: aqui está mais um sinal de que algo não deve correr bem no topo da liderança do maior partido da oposição em Moçambique. A cissiparidade adesional parece crescer. Nem Mussá nem Colaço são quaisquer pessoas. Como não eram nem são, Raul Domingos e Deviz Simango. A Renamo corre o risco de um sério défice de intelectuais fortes de suco gástrico.
Depois de Manhenje (texto de Marcelo Mosse)

1.ª adenda: continuam detidos na Cadeia Civil da cidade de Maputo os oito arguidos relacionados com o desfalque ocorrido no Ministério do Interior na ordem dos 22o milhões de meticais, bem como o nono arguido do Instituto Nacional de Segurança Social, não havendo ainda despacho de pronúncia do juiz, despacho que, de acordo com a lei, deve ser efectuado 48 horas após a detenção (Rádio Moçambique, noticiário das 18 horas).
2.ª adenda às 18:56: no semanário Magazine Independente desta semana, o jornalista Lourenço Jossias produziu um quadro severo do que passou no mandato de Almerino Manhenje, referindo, por exemplo, a "maneira pouco transparente como geriu o "dossier Cardoso", durante o qual e segundo várias testemunhas, manipulou até a força da Casa Militar, pondo-a a guarnecer Anibalzinho, o líder da esquadrilha assassina da BO (cadeia de máxima segurança, CS)" (p. 5).
3.ª adenda a 25/09/08: segundo o "Notícias"de hoje, foi legalizada a prisão dos nove arguidos. Confira aqui.
Oito arguidos do Ministério do Interior

1.ª adenda às 8:01: o Canal de Moçambique divulga hoje a lista dos detidos e reproduz a posição do ex-chefe de Estado, Joaquim Chissano, apresentada na Televisão de Moçambique: “Não compreendo isso, porque ele (Almerino Manhenje] nunca fugiu do país e podia responder ao processo em liberdade”, disse Chissano que alegou ainda que “há crimes mais graves em que os envolvidos respondem em liberdade”.
2.ª adenda às 10:00: decorrem neste momento as inquirições dos detidos na Cadeira Civil de Maputo. Familiares, jornalistas e curiosos aguardam no exterior (Rádio Moçambique, noticiário das 10 horas).
23 setembro 2008
O que significa a detenção de Manhenje? (2) (continua)

Há seis anos, o jornalista e professor universitário Joseph Hanlon escreveu um artigo com o título "Are donors to Mozambique promoting corruption?" Nesse artigo, observou que uma relação simbiótica se tinha estabelecido entre uma elite moçambicana predadora e os doadores no sentido de assegurar o mito da história de sucesso em que se tornou Moçambique. Nós cumpríamos certas coisas de forma exemplar e os doadores fechavam os olhos a outras. Argumentou mesmo que os doadores premiavam a corrupção e recusavam ajudar os Moçambicanos honestos (se quer ler em português, use o tradutor google situado no lado direito deste diário).
Realidade múltipla, coisa de sobrevivência para uns no rés-do-chão do social, de ultravivência para outros no primeiro andar - consulte o portal do CIP -, a corrupção tornou-se, há muitos anos, um motivo de preocupação, um ícone de assepsia esgrimido por frentes honestas dentro e fora do país. Aliás, ela foi um das frentes de luta de Samora Machel, iniciada logo quando da tomada de posse do governo de transição em 1974.
Então, tomando a corrupção como eixo de reflexão, o que significa a detenção do antigo ministro do Interior, Almerino Manhenje, bem como de outras pessoas?
O que significa a detenção de Manhenje? (1)

22 setembro 2008
Detido hoje antigo ministro do Interior

1. ª adenda às 21:29: leia o que o jurista Custódio Duma da Liga dos Direitos Humanos escreveu sobre o tema aqui.
2.ª adenda às 8:28 de 23/09/08: segundo o Canal de Moçambique de hoje, "foi também ontem detido em Maputo, Abílio Mussane, que até Fevereiro do corrente ano exerceu o cargo de PCA do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Mussane foi demitido de tais funções por ordem de Helena Taipo, ministra do Trabalho, depois de se ter apurado que no INSS terão sido desviados para fins ilícitos cerca de 9 milhões de dólares americanos, entre 2002 e 2008." Sobre o INSS, recorde estas postagens aqui e aqui.
3.ª adenda às o9:45: um jornalista do "Savana" telefonou-me há momentos a dizer que a notícia em epígrafe, do "Canal de Moçambique", está errada, pois quem foi detido foi Armando Pedro Junior, actual PCA do INSS. E, aparentemente, foi detido por razões diferentes das apontadas pelo jornal citado. Já telefonei para o "Canal" a dar conta do erro.
4.ª adenda às 10:37: Canal de Moçambique corrigiu o erro e apresentou desculpas.
5.ª adenda às 11:41: no caso do Ministério do Interior, o "Notícias" de hoje refere que estão em causa 220 biliões de meticais da antiga família. Confira aqui.
6.ª adenda às 17:27: leia ou recorde notícias sobre o desfalque no Ministério do Interior aqui e aqui.
7.ª às 19:43: a Rádio de Moçambique referiu um comunicado da Procuradoria-Geral da República ao nível da cidade de Maputo no qual se afirma que foram detidas ontem nove pessooas, tendo Almerino Manhenje sido detido na via pública perto do Instituto Superior de Relações Internacionais (noticiário das 19:30).
Namuali e o empreendedor

Inédito: duas equipas "muçulmanas" dominam Moçambola
A Liga Muçulmana, treinada pelo brasileiro Camargo e o Atlético Muçulmano, treinado pelo moçambicano Salvado, são respectivamente segundo e terceiro lugares no Moçambola deste ano (o quadro de resultados acima foi extraído do "Notícias"de hoje, p. 4), fenómeno inédito na história do futebol sénior do nosso país. Estar apenas uma onde está já seria inédito; estarem duas é ultra-inédito. Há dias perguntei a um adepto do Maxaquene como explicava ele semelhante êxito de duas equipas anteriormente modestas, ao que respondeu ser "efeito de bastidores". Não acredito na história dos bastidores. Parto da hipótese, bem sensata, de que naqueles dois clubes se leva o futebol muito a sério, com grande cuidado. Lá militam alguns dos nossos melhores jogadores. Mas deixemos de parte o que penso: o que pensam os leitores?
Motlanthe: novo presidente da África do Sul

Dhlakama: sou ditador para salvar a democracia

21 setembro 2008
Amanhã sobre Deviz na STV

Adenda às 21:02: a Rádio Mocambique acabou de informar que o chefe da campanha de Deviz, Chico José, reafirmou que as "bases da Renamo" (sic) apoiam o candidato. Grande imbróglio, este.
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