21 agosto 2008

Eleições municipais: guerra de curandeiros?

Eleições significa muita coisa, significa para os concorrentes a colocação em campo de inúmeras técnicas de persuasão. Por exemplo, o recurso à magia. E nestas coisas de disputa política as acusações mútuas podem cobrir um vasto leque, desde a de fraude até à de recurso a curandeiros. Assim, de acordo com o semanário "Zambeze" desta semana, o Sr. Carlos Manuel do partido Renamo acusou o partido Frelimo de contratar curandeiros em Nacala-Porto (aqui trata-se do "mestre Joaquim") e Beira com vista a recuperar a gestão dessas cidades, na posse da Renamo. A função dos curandeiros é a de "minar"(sic) os municípios e pô-los magicamente a favor da Frelimo - asseverou Carlos Manuel. Escutado o primeiro secretário da Frelimo na província de Nampula, este afirmou que o seu partido nunca trabalhou com curandeiros mas que "se for necessário recorrermos aos curandeiros podemos fazê-lo, se for estratégia" (última página).
Adenda: no meu livro Eleitorado incapturável - Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche (Maputo: Livraria Universitária, 1999), dei conta do que chamei "gestão política das forças do invisível" (p. 172).

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre os consultaram e agora será mais...